Policiais
Pelo menos 45 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um tumulto ocorrido durante uma peregrinação judaica ortodoxa no norte de Israel na madrugada de ontem, no maior evento de massa desde o início da pandemia da Covid-19 no país. “Contamos 38 mortos no local, mas há outros no hospital”, informou à AFP um porta-voz do Magen David Adom — equivalente israelense da Cruz Vermelha.
Além dos mortos, o Magen David Adom estima que 150 pessoas ficaram feridas. As equipes de resgate disseram inicialmente que uma arquibancada desabou para explicar o número de feridos, antes de falar de uma gigantesca “correria”. Imagens postadas nas redes sociais mostram uma procissão passando por uma multidão compacta e se aproximando de uma estrutura de metal onde os devotos estão de pé em torno de uma fogueira.
As circunstâncias específicas que levaram à confusão ainda não foram esclarecidas, mas um socorrista no local, Yehuda Gottleib, que trabalha para o United Hatzalah, disse que viu homens “esmagados” e “inconscientes”. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou o ocorrido como “um desastre” e se solidarizou com as vítimas. “Estamos todos orando pelo bem-estar das vítimas”, afirmou o premiê. “Todo Israel ora pela cura dos sobreviventes”, declarou o líder da oposição Yair Lapid, que disse estar acompanhando a evolução da situação com “ansiedade”.
Festival de Lag Baomer
A peregrinação, que celebra o feriado judaico de Lag Baomer, ocorre em Meron, em torno do túmulo do Rabino Shimon Bar Yojai, um talmudista do século 2 que é creditado por escrever o Zohar, obra central do misticismo judaico. O Lag Baomer é uma celebração alegre que comemora o fim de uma epidemia devastadora entre os alunos de uma escola talmúdica da época. As autoridades haviam permitido a presença de 10 mil pessoas no complexo, mas, segundo os organizadores, mais de 650 ônibus foram fretados em todo o país, estimando-se pelo menos 30 mil pessoas. A imprensa local estimou um fluxo de 100 mil pessoas.