Desde o começo do ano, as ligações para a Polícia Militar na região Sudoeste são direcionadas para uma central em Curitiba.

Vítima de assalto ocorrido em Francisco Beltrão no final do mês de novembro relatou ao JdeB os apuros que enfrentou para entrar em contato com a Polícia Militar. É que desde o início deste ano as ligações de moradores do Sudoeste do Paraná feitas para o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), pelo 190, têm sido direcionadas para a central de Curitiba. E de lá são distribuídas para os municípios de origem.
Quando lançado, o projeto piloto, tinha como objetivo reduzir o tempo de atendimento das ocorrências. Mas neste caso, a pessoa que entrou em contato com a central diz que demorou de três a quatro minutos até conseguir contato com a polícia. Parece pouco, mas para quem está enfrentando uma situação de emergência é bastante tempo.
O crime e a ação rápida da PM
Dia 5 de dezembro, por volta das 20h50, Marcelo Cesari estava deitado em seu quarto quando ouviu seu pai gritar. “Levantei da cama e fui em direção da porta. Daí pensei rápido, olhei pra janela e pulei. Tinha um muro e também pulei. Lá embaixo tinha mais um portão, que dava na casa do meu primo, Lucas, ele abriu a porta e ligamos para a polícia.” Os assaltantes entraram na residência de forma violenta, armados, de touca balaclava, amarraram seu pai e exigiram objetos de valores. Vendo toda a ação, Marcelo teve que pular rapidamente os obstáculos e no trajeto acabou ficando bastante ralado e machucado.
Lucas acredita que se tivesse um contato direto com a Polícia Militar em Francisco Beltrão o atendimento teria sido mais ágil. Assim que informada da ocorrência, a polícia agiu rapidamente. Os dois primos, inclusive, fazem questão de enaltecer o empenho dos policiais que conseguiram prender um dos criminosos. Quando a viatura chegou, os dois bandidos armados correram para trás da residência. Durante a fuga ainda fizeram disparos de arma de fogo contra os policiais, que revidaram. Os autores entraram em uma área de mata nas proximidades, mas um deles foi capturado. Ele tinha consigo um revólver. Os objetos que foram roubados também foram recuperados.
Uma comissão para avaliar os atendimentos
O tenente Anderson Srutkoske Frossard, comandante da 1ª Cia da PM, salienta que o direcionamento das ligações para a central em Curitiba ainda é relativamente novo, portanto podem ocorrer pequenos contratempos até ajustar bem o sistema. “Claro que a pessoa que está precisando do atendimento, que está sob estresse, não vai entender direito que vai ter que teclar um determinado número para o atendimento de emergência. Então isso é normal. Eu propus para o comandante [do 21º BPM], Major Pitz, para termos uma comissão e fazer uma avaliação de como está sendo feito o atendimento. Para ver o que está acontecendo e propor mudanças para melhorar o serviço.” Além de Curitiba e Região Metropolitana, que já usavam este modelo, a região Sudoeste é a única do Estado a ter as ligações do 190 direcionadas para a capital.