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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

BELTRÃO

Autoridades alertam sobre incitação à violência contra sem-teto

Publicações têm informações distorcidas e incitam tensões desnecessárias em Francisco Beltrão.


Uma das abordagens recentes feita pela polícia no centro da cidade. Foto: Divulgação PM.

JdeB – Na reunião da Câmara Técnica de Segurança, vinculada à Associação Empresarial de Francisco Beltrão (Acefb), realizada nesta terça-feira, 18, autoridades alertaram sobre o exagero e a desinformação propagada nas redes sociais a respeito da situação dos moradores de rua. Um perfil anônimo tem publicações feitas recorrentes que, segundo as autoridades, acabam por acirrar os ânimos entre os cidadãos beltronenses e as pessoas em situação de rua, acabando por elevar a tensão e, em alguns casos, até mesmo de forma subliminar incitar a violência.

A advogada Kelly Cristina Borghezan, presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), destacou que o tema virou rotina diária nesse perfil, muitas vezes de forma sensacionalista. Ela reforçou que um trabalho conjunto entre as forças de segurança, a Prefeitura e o Conseg está em andamento, oferecendo alimentação, atendimento médico, abrigo e até auxílio para reaproximação familiar às pessoas em situação de rua.

Em uma segunda etapa, a Secretaria de Indústria e Comércio deverá atuar para ajudar na inserção desses cidadãos no mercado de trabalho. Kelly pediu paciência à população, lembrando que muitos moradores de rua recusam o atendimento por não possuírem mais vínculos familiares ou optarem por permanecer nas ruas.

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Reunião da Câmara de Segurança realizada ontem na Acefb.
Foto: Assessoria.

O delegado-chefe da 19ª Subdivisão Policial (SDP), Ricardo Moraes Faria dos Santos, também se manifestou sobre o assunto. Ele alertou que algumas informações divulgadas nas redes sociais são equivocadas e, em certos casos, tentam atribuir crimes aos moradores de rua sem qualquer comprovação. Um dos exemplos citados foi uma publicação que relacionava esses cidadãos a roubos na cidade, sem nenhuma evidência. Inclusive, publicações indicando “centenas de roubos”, número este muito além das estatísticas oficiais.

Na reunião, também foi apontado que algumas postagens insinuam, ainda que de forma sutil, que a população deve se voltar contra os moradores de rua, criando um ambiente de tensão que pode levar a atos de violência. O delegado explicou que não há ilegalidade em uma pessoa que queira permanecer na rua. “A pessoa não pode ser presa simplesmente porque não quer ir para a Casa de Passagem.”

Além disso, destacou que há um discurso que tenta responsabilizar os moradores de rua por diversos problemas de segurança pública. Como exemplo, citou os arrombamentos de food trucks na cidade, que chegaram a ser atribuídos, sem provas, a pessoas em situação de rua que frequentam a praça central. “Não havia qualquer relação entre os crimes e esses cidadãos, tanto que depois informamos a autoria deste fato à população”, afirmou. Segundo ele, há um excesso de exposição do tema, sendo que pessoas em situação de rua sempre existiram e são poucos os casos registrados na delegacia envolvendo esses indivíduos.

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