Por Niomar Pereira – A beltronense Monich Fernanda Osowski, 30, que mora em Guarapuava desde 2016, contou ontem à reportagem do Jornal de Beltrão como foi o ataque que a cidade sofreu na noite de domingo, 17. Cerca de 30 criminosos fortemente armados tentaram assaltar uma empresa de transporte de valores. Monich mora a três quadras da sede da empresa, junto com seu pai e sua mãe, e viu toda a movimentação. O tiroteio, segundo ela, começou por volta das 22h30. “Como eu estava assistindo TV, nos fundos da minha casa, eu achei até que poderia ser fogos de artifício. Só que era um barulho assim estranho, mas não passou pela minha cabeça que podia ser um tiroteio, porque isso nunca aconteceu aqui. É um bairro bem tranquilo.”
A família só se deu conta do que estava acontecendo quando ouviu barulho de bombas. “Aí que a gente foi se tocar que poderia ser um assalto. Entrando nas redes sociais, a gente descobriu que o Batalhão da Polícia já tinha sido atacado, que eles já tinham cercado a cidade, que estava tudo fechado e começou a circular vídeo dos assaltantes parando as pessoas que passavam ali na rua. Fazendo eles de reféns.”
Os moradores dos arredores da empresa estavam com muito medo que os bandidos invadissem suas casas. Segundo ela, na esquina próximo de sua casa haviam vários homens armados, atirando e gritando. “Foi uma hora de tiroteio intenso, de metralhadora, horrível mesmo.”
Monich conta que espiou pela janela da sala e viu cerca de dez homens passando com fuzis e espingardas. “Na hora até pensei que talvez pudesse ser alguém do Exército, porque enfim estava rolando muita fake news. Mas eles andaram mais um pouco e gritaram pra apagar a luz, porque a casa do vizinho da esquina estava com a luz acesa, chegaram a atirar na casa.” Conforme disse, tudo se acalmou por volta da 1h da madrugada. A beltronense lamentou as fake news que circularam pelas redes sociais, mentiras que acabaram apavorando muito mais a população.
Polícia prende o primeiro suspeito de participar do ataque à transportadora de Guarapuava
AEN – As forças de segurança do Estado prenderam ontem, o primeiro suspeito de envolvimento na tentativa de assalto a uma empresa de transporte de valores de Guarapuava, na região central. O ataque, inibido pelas polícias do Paraná, ocorreu entre a noite de domingo, 17, e a madrugada de ontem.
O homem detido é da própria cidade e, segundo a investigação, está ligado à parte logística de fornecimento de armas à quadrilha, formada por cerca de 30 criminosos. O caso está sob apuração da Polícia Civil do Paraná, o material coletado até o momento será cruzado com impressões digitais nos bancos de dados da própria polícia. Além disso, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) confirmou que 12 veículos usados pelos bandidos já foram localizados (quatro deles queimados e usados como barreiras pelos criminosos), além de nove armas (entre .50 BMG, 7,62, 5,56 e calibre 12 Combat); uma pistola Glock 9 mm com seletor de rajada; um carregador de AK 47; munições; capacetes e coletes balísticos; balaclavas, facas, celulares e lanternas; um par de placas de veículo sobressalente (EPS7D07); e R$ 1,4 mil em espécie.
Atualmente, além dos 60 integrantes do batalhão regional, outros 200 policiais atuam na cidade, especialmente no perímetro rural do município, em busca de mais suspeitos. Três helicópteros do Estado também estão dando suporte à operação, assim como equipes com cães. A Polícia Militar conta com a colaboração da população. “Vamos seguir aqui até que o caso seja solucionado, garantindo tranquilidade à população de Guarapuava”, afirmou o coronel Hudson Leôncio Teixeira, comandante-geral da Polícia Militar do Paraná.
Investigação
Para auxiliar diretamente na elucidação da ação criminosa em Guarapuava, a Polícia Civil está realizando investigações de alta complexidade com o cruzamento de informações da inteligência. Equipes de operações especiais estão nas ruas cumprindo diligências para localizar os criminosos.
Além disso, papiloscopistas estão trabalhando na apuração de vestígios de impressões digitais em objetos, veículos e locais de crime. O material coletado será confrontado com impressões digitais nos bancos de dados da Polícia Civil para a identificação dos criminosos.