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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

No Sudoeste, Gaeco investiga supostas fraudes no oxigênio da saúde

Reunião do Gaeco, que investiga 19 municípios do Sudoeste. Foto: Assessoria.

Assessoria e JdeB – O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Francisco Beltrão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Polícia Civil, da Polícia Científica e do Gaeco de Santa Catarina, deflagrou na manhã de hoje, 8, a Operação Rarefeito, com o cumprimento de 30 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, além de ordens judiciais de proibição de exercício de atividade econômica e indisponibilidade de bens.
Os mandados foram cumpridos em 19 municípios do Sudoeste paranaense e um do Oeste catarinense.

Dos 30 mandados de busca e apreensão, quatro foram cumpridos em empresas possivelmente envolvidas com os fatos (uma em Dois Vizinhos, uma em Itapejara D´Oeste e duas em Pato Branco), seis em residências de empresários (uma em Itapejara D´Oeste e cinco em Pato Branco) e 20 em prefeituras vítimas dos crimes investigados, sendo 19 no Sudoeste (Pato Branco, Capanema, Palmas, Realeza, Ampere, Chopinzinho, Clevelândia, Dois Vizinhos, Honório Serpa, Mangueirinha, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, São João, Vitorino, Mariópolis, Itapejara D´Oeste, Bom Sucesso do Sul, Pranchita e Coronel Vivida) e um em Santa Catarina (Galvão).

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O cumprimento dos mandados nos municípios e entidades hospitalares vítimas da atuação criminosa tem como objetivo o recolhimento de cilindros de oxigênio medicinal para a realização de perícia. No cumprimento dos demais mandados, buscam-se documentos e aparelhos eletrônicos que possam ser periciados e analisados para a elucidação dos fatos.

Cresems

Secretário de Saúde de Eneas Marques e presidente do Cresems (Conselho Regional de Secretário Municipais de Saúde), Leandro Legramanti, observa que “nos últimos anos estamos sofrendo com esse capitalismo selvagem que prejudica o desenvolvimento das ações e serviços de saúde; a assistência integral ao paciente está cada vez mais difícil”.
“No início a dificuldade maior foi com os insumos hospitalares como máscara, luvas, oxímetros, termômetros infravermelho e demais EPIs. Recentemente com soroimunologia e atualmente com os preços e escassez de medicamentos.
Isso retrata a fragilidade do país em ser autossuficiente na área da saúde, não podemos permanecer dependentes de insumos e matérias primas estratégicas para área da saúde”, completou Leandro.

Outubro de 2021

As investigações tiveram início em outubro de 2021 e apuram a prática dos crimes de organização criminosa, fraude a licitação, crime contra relação de consumo e adulteração de produto destinado a fins medicinais. As vítimas são principalmente prefeituras.

Adulteração

De acordo com as apurações, uma empresa do ramo de distribuição de oxigênio, localizada em Pato Branco, fornecia a hospitais e postos de saúde cilindros com gás destinado a uso industrial – que tem grau de pureza inferior – no lugar de oxigênio medicinal (as prefeituras e instituições de saúde compravam acreditando tratar-se de oxigênio medicinal).

Essa adulteração do produto, por meio do transvase entre cilindros, acontecia sem a autorização dos órgãos responsáveis, de forma artesanal e sem nenhum cuidado sanitário para evitar a contaminação do gás. Outra ilegalidade constatada foi em relação ao volume comercializado, com os compradores pagando por volumes maiores do que os efetivamente recebidos.

Por conta dessas adulterações, o grupo criminoso vencia inúmeras licitações, fornecendo o produto a preço muito inferior aos cobrados no mercado. Desde o início de 2020, o prejuízo estimado nos contratos firmados com mais de 20 municípios e entidades públicas chega a R$ 750 mil, podendo alcançar R$ 3 milhões caso os contratos em vigor sejam cumpridos integralmente.

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