
Por Niomar Pereira – Violência contra mulher foi tema de discussão da Câmara Técnica de Segurança Pública, ligada ao Condef, na manhã de quinta-feira, 14. Recentemente o município voltou a ter um crime de feminicídio, quando o marido matou a mulher e tirou a própria vida no estacionamento de um supermercado de Francisco Beltrão.
O delegado-chefe da 19ª SDP, Ricardo Moraes Faria, participou do encontro e destacou a importância da representatividade da reunião. “Nós não trabalhamos em compartimentos, então a gente tem muitas situações que a delegacia não vai conseguir resolver. São casos de acolhimento psicológico, tratamento, acompanhamento seja da mulher, vítima, seja do agressor.”
Desde 2015 foram registrados seis feminicídios no município. “Obviamente que a gente trabalha em conjunto pra que esse número chegue a zero. Mas a gente está falando de um percentual acho que bastante reduzido. E todos solucionados.”
De acordo com ele, existem questões que geram bastante discussão como em relação à eficácia e eficiência da medida protetiva. “De fato, um papel por si só não impede um crime grave. Mas a gente não está falando só de um papel. A gente está falando de toda uma atuação de proteção por trás. Então quem tem essa medida protetiva caso o agressor se aproxime, descumpra a medida, já prontamente há ensejo da situação de flagrante que se quer cabe fiança pela autoridade policial.”
O major Rogério Pitz, comandante do 21º BPM, destacou que o crime de feminicídio que ocorreu em Francisco Beltrão gerou certa comoção no município. “No imaginário da maioria das pessoas os feminicídios estavam acontecendo com maior frequência aqui no nosso município. Então nós reunimos vários órgãos aqui na Associação Comercial pra trazer as informações do que está sendo feito.”
Projeto Transformar
Como exemplo, durante a reunião foi apresentado o projeto Transformar, que é desenvolvido em parceria pelo Poder Judiciário e Unipar. “A juíza, quando recebe um caso de violência doméstica, determina para aquele agressor o afastamento do lar, mas também o comparecimento em um curso de capacitação que é feito na Unipar. Então, não somente as questões repressivas, mas também as questões reflexivas e educativas estão sendo tratadas. Esperamos, que com todas essas ações e com toda a nossa sociedade envolvida, que esses números, principalmente de violência doméstica, diminuam justamente pelo conhecimento, pela informação que é levada à nossa comunidade.”