Política
Nem parece que já se passaram mais de dois meses desde o segundo turno das últimas eleições. Dentro do mundo mágico das redes sociais, onde cada vez mais pessoas habitam, essa impressão está longe de se tornar uma realidade concreta. As diferenças ideológicas e de opinião vêm à tona e causam conflitos, acima de tudo, no auge dos momentos eleitorais. Porém, depois do veredito da nossa democracia, a tendência é de superar tudo isso e confiar – ou pelo menos torcer – para que mesmo as línguas mais opositoras sejam queimadas e o governo seja bom para todos. Por outro lado, claro, é natural que os eternos militantes de todos os lados continuem criticando ou defendendo cada ação anunciada pelo governo. E nos dias de hoje, onde tudo vira notícia, desde a marca da caneta até o novo salário mínimo, assuntos para serem debatidos diariamente não faltam. Mas o grande ponto da questão não é a militância política. O que assusta são as reações e atitudes dos próprios políticos, principalmente os agora ocupantes de cargos importantes e de grande responsabilidade, o que exige postura e foco total no trabalho para resolver problemas e melhorar a vida das pessoas. Durante o período pré-eleitoral e a campanha propriamente dita, o presidente Bolsonaro – então candidato – acabou reconhecido por um uso altamente eficiente de suas redes sociais para se relacionar com os brasileiros e, consequentemente, converter essa relação em votos. Porém, nunca é tarde para lembrar: a eleição precisa acabar. O clima pesado de 2018 precisa passar. No Twitter parece que a virada de ano ainda não aconteceu. Na última semana, por exemplo, ocorreu um novo embate, justamente entre as duas personalidades que disputaram o segundo turno do último pleito: Bolsonaro e Haddad. O petista, obviamente, fará o único papel que lhe restou: o de oposição. Portanto, críticas e provocações serão corriqueiras, como seriam em qualquer outro cenário. Mas o presidente não pode e não deve entrar nesse jogo. O Brasil precisa que todas as energias estejam voltadas para a resolução dos problemas, que não são poucos. E os intermináveis embates políticos e ideológicos não irão contribuir em nada com o socorro que nosso país necessita. Ah! Apenas uma observação: um elemento extremamente potencializador dessa história toda são os filhos de Bolsonaro. Por quê? Isso é assunto para outro momento, muito em breve. Posso até já estar me tornando repetitivo, mas reafirmo que a comunicação presidencial ainda irá dar muito o que falar a partir deste novo governo. Esperamos que seja mais para o bem do que para o mal. A partir disso, algumas mudanças já estão sendo cogitadas, até mesmo pelas polêmicas que vêm sendo acumuladas. De qualquer forma, a primeira regra já está clara: precisamos de menos eleição e mais governo.
Otávio Sedor é publicitário, pós-graduado em Comunicação Pública e especialista em Marketing Político