Política

Nos últimos meses, o projeto do Aeroporto Regional do Sudoeste, em Renascença, tem superado barreiras burocráticas importantes para se tornar realidade. No fim de julho, com intermédio do deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), o governo do Estado autorizou a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil) a gestionar com a Secretaria de Aviação Civil (SAC), ligada ao governo federal, num passo importante para que seja licitada a realização dos projetos executivos do aeroporto – há uma verba R$ 3 milhões da SAC.
O prefeito Lessir Bortoli (Podemos), de Renascença, destaca o empenho para que o aeroporto se torne realidade. “A gente está dedicado até o pescoço nesse projeto do Aeroporto Regional. Não é nada ilusório, é real, e precisamos nos engajar nesse processo porque a região vai ganhar muito com o aeroporto. Temos um projeto para 100 anos. Já está no plano diretor toda a área de construção e expansão”, disse, em entrevista para a Rádio Educadora AM, de Dois Vizinhos. Ele destacou que Francisco Beltrão e Pato Branco também trabalham junto para que o aeroporto saia do papel. “Pato Branco está investindo no seu aeroporto, mas sabemos que lá é provisório, não resolve nosso problema regional. É um aeroporto dentro da cidade. Beltrão abriu mão dos investimentos para focar no aeroporto regional. Podemos dizer que Beltrão é 100%, enquanto o Zucchi (prefeito de Pato Branco) apoia, mas segue querendo melhorar o dele”, explica.
Facilitar a vida
Lessir trouxe exemplos de empresas de Dois Vizinhos que seriam beneficiadas com o novo espaço aeroportuário. “Daqui uns dias não vamos mais poder exportar frango congelado, vai ter que ser resfriado porque o pessoal quer qualidade. Matou o frango, resfria e dois dias depois precisa estar lá na mesa do árabe. A Pluma, de Dois Vizinhos, está levando ovos em Viracopos para exportar para cinco países. O Dirceu, da Kucmac, fui conversar com ele, há poucos dias, e ele disse que perdeu um negócio porque o europeu, o americano, não aceita vir de avião até Foz do Iguaçu e vir de carro até Dois Vizinhos”, explicou.
Próximos passos
Ele ressalta que o projeto é muito bem visto pelo governo federal. “Se dependesse do governo federal, o aeroporto já estaria começando. Eles nos disponibilizam a melhor equipe aeroportuária, de cerca de dez pessoas, que ficaram quatro dias em Renascença andando no meio das roças e analisando os locais. Eles definiram o local através de critérios técnicos, sem subjetividade. É o melhor local para um aeroporto regional no Sul do Brasil. O governo federal enviaria a melhor equipe aeroportuária se não fosse sério? Pagaria o projeto definitivo nesse valor? Claro que não. Eles tem compreensão melhor e mais aprofundada e querem o aeroporto. É sério e ano que vem teremos o projeto definitivo. A escolha foi por critério técnico e a pista pode ter 3,5 km”, destacou.
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Aeroporto pode ajudar o Sudoeste a ter base militar da FAB
O prefeito Lessir Bortoli ressalta, ainda, que, como a maioria dos aeroportos próximos ao Sudoeste, não foram planejados, eles inviabilizam a instalação, por exemplo, de bases da Força Aérea Brasileira (FAB). Tendo um aeroporto planejado próximo à fronteira, esse sonho pode se tornar realidade.
“Onde tinha um ‘chatão’, faziam aeroporto. Chapecó tem problemas, agora vão ampliar, mas de acordo com a variação do tempo não funciona. Cascavel tem o vento transversal. Pato Branco, quando venta muito, o avião volta para Curitiba. Queremos resolver esse problema definitivamente. Temos muita gente interessada, as Forças Armadas do Brasil já emitiram uma carta que está na Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) dizendo que apoiam o projeto. Por que? Porque era para ter uma base militar em Chapecó e não teve porque o aeroporto não oferece segurança. Era para ter em Cascavel, mas encontra o mesmo problema. Em Renascença, é possível uma base, devido à questão de fronteira, nas imediações do aeroporto. É possível. Tínhamos reuniões marcadas com os brigadeiros em Florianópolis (SC), mas complicou um pouco com o coronavírus”, conclui.