6.7 C
Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Antes das concessões de 2021, rodovias da região terão investimento, diz Traiano

“O governador tem consciência que a 280 é a mola-mestre aqui do Sudoeste, e seguidamente ele fala isso quando dá as explicações para os meios de comunicação em relação à infraestrutura”, disse o presidente da Assembleia.

Jornalista Badger Vicari e o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano, durante a entrevista de ontem no Jornal de Beltrão.

Foto: Ivo Pegoraro/JdeB

Ontem de manhã, o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), visitou o Jornal de Beltrão e concedeu uma entrevista. O principal assunto foi sobre as rodovias da região. Mas ele também respondeu sobre política, municípios menores e conselheiros tutelares. Confira a seguir os principais trechos.
*
JdeB – Aqui no Sudoeste continuamos com problemas nas rodovias. Qual é o tempo que vai ter essa recuperação das nossas estradas?
Traiano – Recentemente eu sei que esteve aqui em Beltrão o diretor do DER, uma equipe de técnicos que reuniu umas dez lideranças locais; por indicação minha, pedi ao prefeito Cleber para que ele também referendasse os nomes. O objetivo foi discutir o processo de possível privatização da futura obra, concessões, os estudos já estão bem avançados, a ideia do governador é em 2021 poder lançar esse programa de concessões.

- Publicidade -

E neste ano, melhorias?
Traiano – O que o governador Ratinho Júnior tem dito é que ele vai fazer investimentos, até que as concessões não ocorram; a pretensão dele este ano é de fazer uma recuperação total do trecho e inclusive fazer terceiras faixas, pelo menos é o desenho que o governador tem demostrado, ele tem consciência que a 280 é a mola-mestre aqui do Sudoeste e seguidamente ele fala isso quando dá as explicações para os meios de comunicação em relação à infraestrutura do Estado; ele sempre cita a 280, que é um dos grandes problemas que a região tem. Eu quero crer que a partir deste ano se comece a desenhar isto: não apenas fazer a restauração, a ideia é fazer a recuperação total e fazer novas faixas, até que ocorra a concessão; a concessão está prevista para 2021, é um programa amplo que o governador está trabalhando e eu acredito que a partir dali, aí sim, que se desenha duplicações do trecho, a empresa que for ganhar essa concessão terá a obrigatoriedade de fazer essa obra.

JdeB – E sobre a renovação dos pedágios, o que pode se esperar disso?
Traiano – Em relação à renovação dos pedágios, o governador tem uma leitura de que os contratos se encerram em 2021 e aí não há a menor possibilidade de renovar, o pedágio do Paraná é o mais caro do Brasil, mas o problema é jurídico, na justiça os contratos são muito bem-feitos, com os melhores juristas do Brasil, e acabam, enfim, dando na trave as decisões que são tomadas

A eleição de 2018 foi marcada pelas redes sociais, ignorando o tempo de TV. Como que o deputado está analisando essa eleição municipal? Vai ser uma continuidade de 2018 ou não?
Traiano – Eu entendo que as eleições são divididas da seguinte forma: na eleição nacional e na estadual, o peso das mídias sociais é realmente um valor muito diferenciado em relação à postura do candidato, ao histórico do candidato, esse histórico do candidato muitas vezes caiu por terra porque nós vivemos um período revolucionário e que a desconstrução muitas vezes da imagem do político ele acabou acontecendo exatamente pelos aventureiros, falsos profetas que através das mídias sociais se mostravam salvadores da Pátria e que na realidade quando tomam posse é totalmente diferente.

No município é diferente?
Traiano – A questão municipal, principalmente os municípios menores, é diferente, eu não acredito que as mídias sociais tenham esse peso, eu acho que aí vai prevalecer todo o histórico da ação do político, do grupo, não terá essa influência, todo mundo conhece todo mundo, é bem diferente. Vou citar o exemplo de Beltrão: aqui não há mídia social que possa reverter qualquer possibilidade de eleição, porque tem todo um histórico de trabalho do prefeito Cleber, então é bem diferente.

É muito difícil você manipular uma eleição em municípios médios e pequenos, são características totalmente diferentes; não terá esse peso não, ficará mais focada na própria imagem do candidato. Mas claro que nas grandes cidades as mídias sociais têm, sim, uma certa influência

Neste ano a disputa para vereador não terá mais coligação. Como que o deputado vê essa novidade?
Traiano – Infelizmente esse regime que o País vive aí em relação aos partidos políticos, com 30 e poucos partidos, é ruim. Você tem uma dificuldade tremenda de buscar candidatos, é tão grande e a desconstrução da imagem dos políticos, pela grande mídia, que você não encontra ninguém que queira participar, gente que tenha conceito, valor, credibilidade não tem vontade de disputar eleição. Lamentavelmente nós estamos indo para um caminho muito ruim, se alguém quiser se eleger vereador vai ter que se juntar num chapão só, num partido único, dois partidos no máximo, porque quatro, cinco, seis, sete, oito partidos não forma chapa, essa a dificuldade que estamos vivendo, em todos os partidos. Já se trabalha no Congresso Nacional com a possibilidade de alterar isso para a eleição de 2022.

PR 280 (trecho entre Pato Branco e Clevelândia): remendos (quando não buracos) na pista e falta da terceira faixa.

Foto: Ivo Pegoraro/JdeB

 

Municípios menores e os conselheiros tutelares

JdeB – Tem uma proposta do governo federal de fundir municípios, os menores, que não tem cinco mil habitantes voltariam a ser distrito. O que o deputado acha?
Traiano – Você tem que analisar num contexto geral, o Sudoeste, na minha visão, os municípios de pequeno porte hoje, nós temos uma estrutura saudável de atendimento, é inquestionável, até o crescimento desses pequenos municípios aqui da região é visível; eu já fui prefeito [de Santo Antônio do Sudoeste, 1986-88] e conheci dois distritos, Pranchita e Pinhal de São Bento. A realidade deles hoje, que são municípios, é totalmente diferente, queira ou não queira, a possibilidade de aproximação do governante com a população é muito maior, criam-se estruturas de saúde, assistentência social, e o atendimento é melhor para a população. Resumindo: em relação ao fechamento dos municípios eu sou totalmente contra, eu sou contra porque eu entendo que aqui na nossa região, os municípios deram certos a melhoria de atendimento à população é palpável, notável então eu não vejo possibilidade nenhuma de mudar isso.

E sobre o número mínimo de cadeiras para vereador? Hoje são nove.
Traiano – É questionável também, porque há um ponto de equilíbrio, o Poder Legislativo é um ponto de equilíbrio para os executivos, agora, claro que talvez seja um pouco desproporcional pelo tamanho e população ter aí a mesma quantidade de vereadores de um município de quatro a cinco mil habitantes em relação ao município que tenha 50, 60 mil; talvez isso possa ser revisto, mas a questão passa por critérios nacionais.

E sobre cinco conselheiros tutelares?
Traiano – Em relação aos conselheiros, eu tenho uma leitura: primeiro é o preparo, eu acho que, assim, aleatoriamente, quando se fala de questões de crianças, de problemas de crianças, enfim, um conselheiro tem de ter formação, preparo para esse tipo de atividade, que eu acho muito frágil, qual é o critério para a escolha se ele apenas cumpre sua formalidade legal?, Eu acho que o conselheiro tem que ter preparo para isso, a gente deveria rediscutir esse processo, mas aí teria que ter uma intervenção do Ministério Público, órgãos ligados diretamente a esse tema.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques