
Foi quarta-feira à noite
O candidato à reeleição ao governo do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi o segundo a participar do Tá na mesa, quinta-feira, no Santa Fé de Francisco Beltrão. A promoção da Acefb, com parceria da Amsop, serviu para apresentar a Carta do Sudoeste – resumo de itens considerados importantes para o desenvolvimento regional.
“A [reivindicação] mais próxima de ser atendida, que já está encaminhada no nosso governo, é a duplicação da PR 280 que eu acho que é a obra que mais benefícios trará para o maior numero de municípios aqui da região”, disse.
Na quinta-feira que vem será a vez de Roberto Requião (PMDB). Na semana passada foi Gleisi Hof-fmann (PT).
Confira a seguir uma síntese da entrevista, que foi coordenada pelo comunicador Adir Seleski. Das reivindicações contempladas da Carta o Sudoeste, qual o senhor pode considerar como a mais próxima de ser atendida, e qual a mais utópica e mais distante?
Beto Richa – Bom, a mais próxima de ser atendida, que já está encaminhada no nosso governo, é a duplicação da PR 280 que eu acho que é a obra que mais benefícios trará para o maior numero de municípios aqui da região, portanto considero como a obra regional e a obra mais cara de todas, mas nós temos um bom projeto em parceria público-privada, a exemplo que nós já estamos fazendo lá noroeste do estado, a PR 283. Teremos viadutos e trincheiras, com passarelas e pistas marginais.
O utópico não posso dizer, porque eu acho que todas as reivindicações elencadas nesta Carta do Sudoeste, todas elas, são importantes.
E o aeroporto regional?
Beto Richa – Olha, não é só aqui, mas em outras regiões também existe a demanda de aeroporto regional, no Oeste é a mesma coisa, já em dois governos anteriores tinha até a área designada para ser desapropriada para ser instalado um aeroporto regional, mas resolveu-se investir na capacidade do aeroporto de Cascavel e de Toledo, e aqui nós temos dois aeroportos importantes, de Pato Branco e de Francisco Beltrão, que, por sinal hoje [quinta-feira, dia 4], eu usei os dois, e então, nós estamos analisando e tem um plano rodoviário pelo governo federal que está sendo elaborado com o apoio institucional e técnico do Governo do Estado para ser viabilizada essa situação.
Eu imagino que talvez o mais adequado seja investirmos nos aeroportos já existentes, é a minha opinião, mas como eu disse, podemos ser convencidos com argumentos daqui da região, para, quem sabe, a necessidade de partir para uma outra proposta, mas eu imagino que ampliando a capacidade, melhorando as condições desses aeroportos já existentes em duas cidades-polo dessa região, talvez seja o mais econômico e o mais adequado para o Sudoeste.
O senhor criou a Defensoria Pública, mas o Sudoeste não tem defensores. Quando que serão nomeados esses defensores públicos?
Beto Richa – Muito oportuna a tua colocação para eu mostrar que o Paraná e Santa Catarina eram os dois únicos estados que não tinham ainda uma estrutura de defensoria pública, que é o apoio jurídico às famílias mais pobres da nossa população.
E nós temos, o governo, com o apoio e a aprovação dos nossos deputados na Assembleia, o melhor e mais moderno projeto de defensoria do Brasil, digo isso sem falsa modéstia, porque o ano da aprovação dessa lei da defensoria, nós recebemos uma homenagem, lá em Natal, no Rio Grande do Norte, da Associação Brasileira dos Defensores Públicos Nacionais, de que a nossa legislação era a mais avançada do país, inclusive, mais uma vez, demonstramos o espírito democrático do nosso governo, com a eleição direta, pelos próprios defensores escolherem o seu defensor-geral, nós estamos nomeando, vários já foram nomeados, a estrutura já foi ampliada, e aí nós teremos defensores em todas as regiões e nos principais municípios do nosso estado. Em breve teremos a presenças dos defensores aqui.
O Hospital Regional vai melhorar?
Beto Richa – Andavam dizendo por aí que tinham construído 44 hospitais, e eu disse mas aonde isso?, e eles disseram aqui, e depois mudaram um pouquinho o discurso, é ampliação e reformas, hospitais foram construídos sete e nenhum deles funcionava, mas pode-se dizer que, nós como governo, tivemos que contratar, no Hospital Regional Walter Pécoits, aqui em Francisco Beltrão, 520 profissionais de saúde, e pra contratar 520 profissionais de saúde no Hospital Regional imagina o que é que tinha lá, projetos estruturais equivocados, malfeitos, incompetentes, porque o Tribunal de Contas do Estado está notificando o secretário do Estado do governo anterior, pelos erros de projeto nesses hospitais.
Aqui de Beltrão tinha goteira, tivemos que tirar toda a cobertura e gastamos R$ 5 milhões para reformar a cobertura, lá em Ponta Grossa a mesma situação. Mas enfim, pode ter certeza que os investimentos não param, em nenhum lugar nós vamos ter em qualquer lugar de administração um Estado todo pronto e acabado, nunca na história, sempre temos que estar avançado, é muito importante sempre termos governos competentes, governos realizadores, que aplicam com competência e seriedade os recursos públicos que estão escassos cada vez mais as demandas para os serviços públicos crescentes e o dinheiro escasso, por isso que precisamos ter gestores públicos competentes e éticos, porque nada mais é que uma corrida de revezamento, cada um tem que cumprir com a sua parte, se um falhar e não cumprir com a sua parte, compromete todos os demais e nós estamos fazendo aqui passo a passo, reestruturando com toda a estrutura do governo, e aqui o grande exemplo é o Hospital Regional e o curso de medicina da Unioeste. Nós temos hoje em todo o Paraná o pedido de abertura de 46 cursos em todas as regiões do estado, inclusive em Foz do Iguaçu, e o único que nós autorizamos, e isso é uma demonstração inequívoca do nosso compromisso com essa região, o curso de Medicina de Francisco Beltrão, com muitas dificuldades nós autorizamos.
Os professores também, estão fazendo algumas reivindicações?
Beto Richa – Eu dei aos professores nada mais, nada menos, do que o maior aumento salarial da história do Paraná, nenhum professor na história do Paraná recebeu mais aumento salarial do que no meu governo, o que acontece é que eu não queria entrar nesse assunto, mas tem um sindicato, que é partidarizado, e que dentro da minha sala no Palácio do Iguaçu, a presidente do sindicato que hoje é candidata a deputada pelo PT, junto com um ex-presidente do sindicato, que é candidato do PT, o professor Lemos, começaram uma historinha, governador, o senhor foi o melhor governador da história do Paraná da educação, o que mais respeitou os professores, implantou o 13º salário a todo o funcionalismo, que não existia, equiparou o aposentado com o ativo, deu piso salarial de três salários mínimos aos professores, já implantava com outra nomenclatura a hora atividade, tivemos tudo no governo do seu pai, professor Lemos dizendo, o senhor está superando o governo do seu pai, na atenção da educação, na atenção aos professores, mas então, o que mais vocês querem? Queremos mais 0,3% de aumento na hora atividade, eu dei 50% e queriam mais 0,3% e então, tudo bem, dei o 0,3% de aumento. Só que tem um detalhe, que é muito lamentável, isso eles falam da porta pra dentro, da porta pra fora, eles vendem uma outra imagem para os professores, o professor recebe o seu contracheque e sabe o que ele recebia antes e o que ele recebe hoje, não há argumentos que possam mudar a realidade: você sabe o que você ganhava ontem e o que você ganha hoje.
Francisco Beltrão já há muito tempo quer um contorno ligando a BRF [Sadia] ao Posto Panorâmico.
Beto Richa – Lamentavelmente a gente não consegue fazer tudo de uma vez só, e não é por má vontade, ao contrário, tenho extrema boa vontade com essa região, mas temos limitações e restrições de ordens financeiras e por isso que é importante sempre programar os investimentos previstos para essa região, e, pode ter certeza, que vamos priorizar sim esse contorno para a região, porque eu sei o quanto ele é importante.
Dá para diminuir a carga tributária?
Beto Richa – É possível, sim. Hoje a carga tributária é pesadíssima nesse país, que tira a competitividade dos produtos brasileiros, além dos juros, dos elevados gastos públicos do governo federal. Aqui nós melhoramos isso para alguns segmentos da economia.