O 1º foi Romero Jucá, do Planejamento; o 2º Fabiano Silveira, da Transparência; o 3º Henrique Alves, do Turismo.

Foto: jornalggn.com.br
O presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), aceitou o pedido de demissão do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. A gota d’água foi a nova revelação sobre a delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado ao Ministério Público Federal, no âmbito da operação Lava Jato.
O ex-presidente da Transpetro diz ter pago a Henrique Alves R$ 1,55 milhão. Alves já estava na mira do governo por conta do acúmulo de notícias negativas contra o peemedebista e interlocutores do presidente em exercício já pressionavam pela sua saída, alegando que a permanência dele no cargo contrariava a fala de Temer de que, surgindo denúncias, a autoridade atingida deveria pedir demissão do cargo.
As denúncias de Sérgio Machado, no entanto, atingem grande parte da cúpula do PMDB e até o presidente Michel Temer (PMDB) – que rebateu as denúncias (leia na pág. 20). Temer, que está “muito irritado” com as acusações, chegou a dizer que “alguém que teria cometido aquele delito irresponsável que o cidadão Machado apontou não teria até condições de presidir o País”.
A saída de Henrique Alves serve como uma espécie de válvula de escape para Temer, que estava sendo alvo de críticas por manter o ministro do Turismo no cargo. Com isso, seria uma espécie de “vão-se os anéis e ficam os dedos”.
Suspeitas
Alves é alvo de dois pedidos de abertura de inquérito feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF, que ainda não se pronunciou. Em um deles, a PGR pede que ele seja investigado por suspeitas de envolvimento no chamado “quadrilhão” investigado pela operação. Em outro, o foco é a relação de Henrique Alves com o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
O ex-ministro é suspeito de fazer parte do grupo de políticos do PMDB que deu suporte para que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa continuasse no cargo em troca de propinas destinadas ao PMDB. O ministro também é suspeito de ter recebido propina do petrolão para a sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014.
Outros ministros que caíram
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, se afastou dia 23 de maio, 11 dias após a posse de Michel Temer. Em março, em conversa gravada com Sérgio Machado, Jucá sugeriu que uma “mudança” no governo federal poderia levar a um pacto para “estancar a sangria” representada pela Operação Lava Jato.
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Uma semana depois de Jucá, o ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, apresentou sua carta de demissão. Ele foi flagrado em áudios com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado criticando a Operação Lava Jato.