7.8 C
Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Diálogo da CNI com os candidatos à Presidência reúne Dilma, Aécio e Campos

Os problemas enfrentados pela economia brasileira, a necessidade de investimentos públicos e privados para que o País possa ter um desenvolvimento vigoroso, uma maior inserção do Brasil no mercado externo, a garantia de segurança para os investidores privados, a preocupação com a produtividade nas empresas, a concretização das reformas trabalhistas, tributária, entre outros, fazem parte de um documento com 42 itens discutido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na última quarta-feira, 30, em Brasília.

O encontro contou com as presenças dos candidatos à presidência Eduardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Eles falaram separadamente para líderes empresariais e profissionais de imprensa de todo o Brasil. 

José Rubens de la Rosa, diretor da indústria de ônibus Marcopolo, foi um dos expositores das propostas defendidas pela CNI. Porém, as informações contidas no documento já eram de conhecimento dos candidatos – foram enviadas previamente.

- Publicidade -

Entre os principais pontos enfocados pelo empresário para as empresas está a redução da burocracia, a necessidade de incentivar as exportações de produtos manufaturados – houve queda de 54% para 29% -, ampliação dos acordos comerciais com outros países para aumentar as vendas externas, entre outros. Ele observou que o Brasil é a 7ª maior economia mundial, mas a 22ª em exportações totais, enfatizou a necessidade de se investir em qualidade, no caso da indústria, em engenharia e cursos técnicos, e a definição de mais alguns marcos regulatórios no Brasil.

O presidente Robson Andrade fez dois rápidos pronunciamentos, durante o encontro, comentando que o Brasil precisa melhorar as condições internas para a competitividade. Pediu que o diálogo da CNI com os candidatos seja permanente. Aproveitando-se da discussão da pauta do setor industrial, ele comentou que “são temas da maior relevância para criar um ambiente propício de crescimento vigoroso”.

Eduardo Campos promete a reforma tributária

 

Eduardo Campos na coletiva.

O candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, prometeu encaminhar a proposta de reforma tributária ao Congresso Nacional no primeiro ano de governo, caso seja eleito em outubro. Ele falou para empresários e jornalistas no evento Diálgo da Indústria com os Candidatos à Presidência da República, iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizado quarta-feira, 30, em Brasília.

Eduardo disse também que o Brasil precisa estabelecer um novo padrão para a política. Neste aspecto, tentou se mostrar como um candidato diferente da presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, e do senador Aécio Neves (PSDB), também candidato. Ele disse que a prática política atual é do “patrimonialismo, do fisiologismo e do atraso”. Criticou o sistema de presidencialismo de coalisão, que tem o apoio de vários partidos e possibilita o “loteamento” de ministérios”. “O presidencialismo de coalisão não vai levar o País a um bom lugar”, comentou.

Eduardo Campos considerou fundamental, no setor da produção, investir na melhoria da produtividade. Para ele, aumentar a produtividade brasileira é um desafio de longo prazo, precisa de uma agenda de trabalho nos setores público e privado e deve estar sob o comando do presidente da República.

Disse que o Brasil necessita de investimentos em tecnologia e inovação. “Precisamos ter uma política de Estado para a inovação” e “precisamos de transferência de conhecimentos em tecnologia”, pregou.
Ele prometeu fazer uma reforma tributária, mas ressaltou que ela não pode ser feita de imediato. “Não dá pra fazer do dia pra noite”, frisou. A proposta de Eduardo é realizar uma simplificação tributária, a unificação do Imposto de Valor Agregado (IVA), a desoneração completa das exportações. 

Aécio fala de choque de infraestrutura 

 

Aécio fala aos empresários. (foto:portal da Industria)

Em seu pronunciamento, o senador Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, foi muito enfático nas suas posições. Ele externou opiniões e conceitos diferentes dos modelos adotados pelos governos petistas de Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2014). Aécio quer adotar um “choque de infraestrutura” e “segurança” para as empresas que investem no Brasil. O tom do pronunciamento foi mais na linha econômica, possivelmente porque estava diante de líderes empresariais.  

Aécio frisou que seu programa de governo tem seis eixos e expôs, resumidamente, cada um deles. Ele disse que é possível adotar, no Brasil, a qualidade no ensino público conseguida no Estado de Minas Gerais, que foi governada por Aécio duas vezes e conseguiu os mairoes índices do Ideb.

Ele falou em “choque de infraestrutura”, com investimentos e uma agenda de infraestrutura. Para construir uma agenda da competitividade da produção, o candidato tucano disse que será necessário adotar taxas de juros mais baixas. 

Aécio defendeu uma taxa cambial mais competitiva para as empresas brasileiras. “O Brasil hoje é referência de um populismo cambial.” Ele expôs a proposta de adoção de uma simplificação tributária. E prometeu que, eleito presidente, enviará ao Congresso Nacional um projeto de simplificação fiscal.

Dois pontos-chave de seu pronunciamento foram avançar na produtividade e garantir a segurança para os grupos de investidores. “O Brasil é pouco produtivo e pouco competitivo, vamos avançar em um novo ambiente de negócios e atração de investimentos.” Aécio defendeu o resgate da estabilidade econômica. “Tem que ter estabilidade pra quem quer investir no Brasil.” Num contraponto, aos governos do PT, disse que seu governo “não vai ter um plano A, um polano B”. Já adiantou que quer reduzir o número de ministéiros.

Dilma destaca ações dos governos petistas

 

Dilma dá entrevista à imprensa.

A presidente Dilma Rousseff (PT) também seguiu a linha econômica no seu discurso aos empresários. Mas ela preferiu falar dos feitos dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma (2011-2014) no comando do País. O enfoque foi de que o Brasil adotou diversas medidas de precaução contra a crise econômica internacional. “Nos não desestruturamos a economia como no passado”, disse, numa crítica indireta ao ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). 

Disse que o Brasil mudou nos últimos anos, “mas tem que ainda continuar a mudar”. Destacou a criação da política industrial para o setor naval, a exploração de petróleo e gás. “Hoje nós temos 15 estaleiros e o Brasil vai contratar R$ 100 bilhões (no setor naval) até 2020.”

A presidente lembrou das desonerapções de impostos de 56 setores – linha branca, setor automotivo e outros. “Trata-se de uma verdadeira reforma tributaria”, sublinhou. Falou também da ampliação das compras governamentais, da recuperação do planejamento por parte do governo, de novos marcos regulatórios, das privatizações e das parcerias público-privadas para investimentos em diversos setores da economia e da criação do Programa Nacional do Ensino Técnico (Pronatec) que está formando milhares de técnicos para o mercado de trabalho. 

Em entrevista à imprensa, Dilma negou que haja a intenção de determinar um “tarifaço” nas faturas de serviços públicos após as eleições. Ele disse que o aumento de preços pode ocorrer em caso de problemas climáticos, como a falta de chuvas para os reservatórios de usinas hidrelétricas. 
Questionada sobre a aprovação da reforma tributária no Congresso, ela admitiu a dificuldade. “No primeiro ano de governo ainda é possível discutir”, ressaltou. Pela análise dela, primeiro precisa uma reforma global e outra em partes. 

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques