No Sudoeste, há 120 candidatos a prefeito, sendo apenas sete mulheres.
Mulher na política. Em Francisco Beltrão, dos 142 candidatos a vereador, 48 são mulheres, ou seja, 34%. No Sudoeste, há 120 candidatos a prefeito, sendo 113 homens e apenas sete mulheres. No município, Audrei Dassoler (PDT) está como vice na chapa de Ademir Schwartz (PV), concorrendo com a chapa de Cleber Fontana (PSDB) e Antônio Pedron (PSD) e a chapa de Aires Tomazoni (MDB) e Camilo Rafagnin (PT).
Uma candidata a vereadora disse: “Ainda hoje estamos sem representatividade e as mulheres não se unem para eleger mais mulheres na Câmara. Somos guerreiras, temos uma visão mais humana, somos capazes”. Para algumas leitoras do JdeB, votar é uma glória, mas ainda há muito para conquistar. “Ainda hoje ouvimos relatos de que são os maridos que definem em quem elas devem votar. Temos muito a avançar”, diz uma eleitora. “E que não haja mais necessidade de tanto sofrimento para conseguir e manter os direitos já conquistados”, destaca outra.
Vários fatores contribuíram com a conquista do voto feminino. Para o historiador Francisco Ferreira Júnior, o fator mais importante está ligado às demandas sociais. “Desde o século 19, pelo menos, surgiram movimentos ao redor do mundo reivindicando a participação feminina na política. Seria anacrônico chamar esses movimentos de feminismo, no entanto eram movimentos sociais voltados para a valorização da mulher na sociedade, que, junto com as lutas de classe e os interesses políticos, influenciaram as decisões do governo Vargas, em 1932.”
Para Francisco, a participação das mulheres na política vem aumentando lenta e gradativamente, mas ainda existe um “abismo” na representatividade feminina em todas as instâncias. “O machismo estrutural de nossa sociedade, herança de uma cultura patriarcal, torna difícil a aceitação e o reconhecimento da contribuição das mulheres. E quando elas chegam ao poder, além de enfrentar todos os problemas inerentes ao exercício do cargo, enfrentam ainda o machismo.”