“Em cada tempo as necessidades e os desafios são diferentes”, comenta.
Leila da Rocha, eleita prefeita de São Jorge D´Oeste com 49% dos votos (contra dois outros adversários) concedeu entrevista ao Jornal de Beltrão para falar de assuntos como projetos da futura gestão e sobre a presença da mulher na política. Ela governou o município pela primeira vez de 2009 a 2012.
O que a experiência do seu primeiro mandato vai ajudar na futura gestão?
Leila da Rocha: Inicialmente, neste pós-eleição, quero novamente agradecer a população são-jorgense que acreditou em nosso projeto.
Nós fizemos um trabalho lindo, uma campanha limpa, de propostas de mudanças. Respeitamos a decisão democrática e, principalmente, reforçamos o compromisso de fazer o nosso município voltar a crescer.
Quanto ao fato de já ter tido a oportunidade de ser prefeita [gestão 2009-2012], sei o que fizemos de certo e o que não deu certo. Eu aprendi sobre a força do diálogo com funcionários públicos, secretários e inclusive entre os poderes Executivo e Legislativo.
Na verdade, com poucas ressalvas, e uma dose de humildade, é possível se adaptar com sucesso à gestão pública, foi assim em meu primeiro mandato e tenho certeza que neste segundo será muito melhor para São Jorge D’Oeste.
Em cada tempo as necessidades e os desafios são diferentes. Agora, temos pela frente muito trabalho para executar as propostas elencadas em nossa plataforma de campanha.
Você não terá maioria na Câmara, como será a relação com a sua administração política?
Vamos dialogar, ninguém governa sozinho. Após a eleição, contatei todos os vereadores eleitos, cumprimentei-os, falei das nossas intenções e com todos tive uma ótima conversa.
Não tenho dúvidas que os vereadores eleitos que não fazem parte da bancada de situação de meu futuro governo farão uma oposição consciente, construtiva.
Já no início do meu mandato teremos projetos importantes que tramitarão na casa de leis e, para todos eles, meu governo estará de portas abertas para conversarmos, discutirmos e termos o entendimento.
Como você vê a mulher na política?
As questões femininas vêm sendo discutidas de uma forma muito ampla nos últimos tempos. Debates públicos em muitos temas e que ganham respaldo no cenário político.
A representatividade é ainda pequena, mas está crescente. Afinal, nossas lutas são históricas. Nas últimas décadas conquistamos o direito ao voto, o direito de sermos eleitas.
Sei que estamos longe do desejado, mas chegaremos lá. Vamos observar o último pleito, aqui no nosso Estado, na cidade de Ponta Grossa, única cidade brasileira em que duas mulheres disputavam o segundo turno.
Esta notícia repercutiu e tenho certeza que eu, como prefeita, como estas duas mulheres que ganharam repercussão nacional, e como tantas outras que se elegeram, já estamos estimulando tantas outras. Então, chegaremos lá!
Na sua opinião, São Jorge D´Oeste já percebeu a importância da mulher na política?
Quero primeiramente dizer que a minha vitória nas urnas não foi pelo fato de ser mulher. A escolha do meu nome não foi pelo gênero, mas pela avaliação de meu perfil profissional, por aspectos pessoais de comportamento, pela lembrança de como o grupo político que pertenço agiu em suas gestões, de como eu trabalhei como prefeita de São Jorge D’Oeste e por ter apresentado as melhores propostas para o futuro governo.
Ou seja, muitas questões estavam na balança e que contribuíram para que as urnas apresentassem este resultado.
O aspecto feminino entrou em cena quando todas as demais questões foram analisadas, aí veio a contribuir na decisão final do eleitor. A docilidade do olhar feminino na atenção à população, especialmente aos menos favorecidos.
Nós mulheres, que somos mães, temos uma forma diferente e extremamente atenciosa, especialmente com as crianças e os idosos. Acredito que a população observou este meu olhar de mãe.
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