Exoneração do diretor geral da Polícia Federal motivou demissão.

O ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro convocou coletiva de imprensa nesta sexta para oficializar sua demissão. A decisão foi motivada pela troca de comando da Polícia Federal – o presidente Jair Bolsonaro exonerou o diretor geral do órgão, Maurício Valeixo, indicado pelo ministro.
Em seu discurso, Moro disse que teria havido “uma violação de promessa” e que “não haveria uma causa específica para a troca, deixando claro que estaria ocorrendo interferência política e um abalo da credibilidade do governo”. O ministro falou que a vontade do governo em substituir nomes da PF teria iniciado no segundo semestre de 2019.
A decisão de Bolsonaro em interferir na Polícia Federal foi divulgada ontem. Moro afirmou que teria conversado depois com o presidente e sugerido outros nomes técnicos “que dessem continuidade ao trabalho” do órgão, mas que Bolsonaro “teria outros nomes de sua preferência”. Segundo ele, Bolsonaro revelou que queria um diretor da PF mais próximo de si, com o qual poderia ligar, colher informações e relatórios.
Moro ainda citou que quando foi convidado para o cargo, logo após a eleição de 2018, teria carta branca para nomear assessores e diretores do Ministério. O ministro ressaltou o trabalho feito para redução da criminalidade e combate à corrupção desde janeiro do ano passado: “tivemos algumas divergências e muitas convergências, dei e recebi apoio”.