Dos 21 convites que a Câmara de Vereadores de Francisco Beltrão emitiu para os partidos políticos do município, para que participassem do debate sobre a representatividade legislativa, um excelente comparecimento: 19 presidentes ou representantes de partido estiveram na manhã de ontem no plenário, opinando sobre o tema – que valerá para a eleição de 2016. Ficarão as dez cadeiras atuais? Ou outro número será estabelecido?
De acordo com o IBGE, Beltrão tem cerca de 84,5 mil habitantes – e de 80 mil a 120 mil, o número máximo de vereadores pode ser 17; o mínimo constitucional é nove, para todo o Brasil.
“Nosso partido debateu e defende uma maior representatividade para o município que é polo, achamos que 15 é um número bom”, disse Irineu Wessler (PPS), ex-vereador. Desde 2005 Beltrão tem apenas dez cadeiras legislativas
Quinze foi o número citado por todos que arriscaram uma opinião numérica. A maioria falando em nome próprio, porque as legendas ainda não têm uma definição. “O partido ainda vai definir, mas eu pessoalmente defendo 15 vagas”, disse Euclides Kidinho Ferreira (PRB), também ex-vereador.
Elena Ozório (PTN), Lucir Cândido (PHS), vereador Valmir Dile Tonello (PMN), Orlando Ozório (PTC), Celso Antunes (SDD) e Fábio Costa (PV) também citaram o 15 como um número plausível.
O calendário do legislativo para este assunto está formatado em três momentos: ontem foram ouvidos os partidos, no próximo dia 30 será a vez das entidades do município – segundo o presidente da Câmara, Paulo Grohs (PSDB), são cerca de 80 – e no dia 21 de maio haverá uma audiência pública. Em cima desses momentos, os vereadores terão a base para o encaminhamento, que deverá ser votado nas sessões de 2 e 3 de junho.
Antonio Carlos Bonetti (PP), Jerry Pilatti (PSB), Clécio Castanha (PC do B), Aldemar Pazetti (PDT) e o vereador Alfonso Bruzamarello (PTB) defenderam um aumento da representatividade, sem apostar num número.
Cintia Ramos (PSD), Alércio Corazza (PSDB) e Lucas Masiero (PSC) disseram que os respectivos partidos não se posicionaram. E eles também não deram a opinião pessoal. João Marques (PSL) defendeu os atuais dez. Ele disse que melhor seria “investir na qualificação e estrutura da Câmara de Vereadores, para atender melhor a população.”
Os contrários à metodologia
Três presidentes de partido se posicionaram contra a metodologia apresentada pela Câmara: Flávio Medeiros (PMDB), Camilo Rafagnin (PT) e o verde Fábio Costa. Eles defenderam que fosse escutada toda a população. Camilo chegou a falar em “plebiscito”.
Medeiros ponderou que “partidos e entidades são apenas 5% da população; precisamos ouvir os outros 95%.” Fábio sugeriu “reuniões em todos os bairros” para ouvir o povo.
Economia
Um item que não estava na pauta, mas que foi enfocado por quase todos que falaram foi o da economia. Paulo Grohs disse que a atual mesa diretora está encaminhando um projeto de redução de percentual que o legislativo tem direito. Atualmente, em torno de 7% (mas os gastos ficam na casa dos 3%, afirmam). A proposta é fixar um teto em torno de 4% Essas observações foram no sentido de que se o aumento de cadeiras for aprovado, o repasse de verba ao Poder Legislativo não aumentará.