O senador Aécio Neves, de 54 anos, foi oficializado como o candidato do PSDB à Presidência da República em convenção formatada para exaltar o que considera as suas duas maiores vitórias da pré-campanha: a unidade do partido e o apoio de correligionários em São Paulo, maior colégio eleitoral do País.
“Aécio representa uma nova liderança nacional, mas que possui um histórico o que nos dá segurança. Foi deputado federal e presidente da Câmara, governador reeleito em Minas Gerais [2003-10], é senador. Estaremos em boas mãos com ele presidente”, comentou o vereador de Francisco Beltrão Cleber Fontana.
No discurso que fechou o encontro, realizado em São Paulo, o mineiro defendeu enfaticamente a passagem do tucano Fernando Henrique Cardoso pelo Palácio do Planalto (1995-2002), algo que os candidatos do partido não fizeram nas três últimas disputas à Presidência. Também destacou que o Brasil tem hoje uma “ventania por mudança”, explorando um desejo do eleitorado registrada pelos institutos de pesquisa.
“Percebemos dia a dia esse sentimento de mudança, sim, o Brasil não aguenta mais o PT e seu desgoverno; vamos vencer”, tem dito o deputado estadual Ademar Traiano, que esteve na convenção, com o governador Beto Richa.
Aécio tentou mostrar, na festa do PSDB, que o partido tem compromisso com a área social. O candidato ressaltou que o programa de transferência de renda, “que culminou no Bolsa Família”, foi criado no governo nacional do PSDB – trata-se do Bolsa Escola. “Fomos nós que criamos os primeiros programas de transferência de renda. Demos início ao que seria depois o Bolsa Família. Não adianta os adversários dizerem o contrário”.
“Eu estou muito otimista, acredito que o povo vá querer mudar, e já percebemos isso nas pesquisas, com o crescimento do Aécio Neves, acredito que as propostas de mudança serão as vitoriosas”, comentou Paulo Henrique Litro, que será candidato a deputado estadual.
Também otimista está o presidente do PSDB de Beltrão, Idalino Menegotto. “Avalio que o único caminho para se colocar o país nos trilhos novamente é com a vitória do PSDB; estou muito otimista nesse sentido”. Apontados pelos próprios tucanos como adversários internos de Aécio no PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-governador do Estado José Serra fizeram longos discursos de apoio ao correligionário.
As rusgas entre Aécio e os dois paulistas ficaram evidentes nas eleições presidenciais de 2006, quando Alckmin foi o candidato, e 2010, quando Serra disputou o Planalto. Ambos consideram que Aécio não se empenhou o suficiente em Minas.
No discurso, Aécio se emocionou ao anunciar a presença de sua mãe, sua filha mais velha e ao relembrar o pai, que já morreu. E chorou ao agradecer “mesmo que à distância” o carinho dos dois filhos recém-nascidos e da mulher, que ficaram no hospital, no Rio. O candidato também atacou o governo e o PT. “Quem foi contra o Plano Real no passado, hoje permitiu a volta da inflação. Quem foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal hoje assina a contabilidade criativa.”