Política

Diplomatas brasileiros nos EUA viram com alívio a saída de Ernesto Araújo, do Ministério das Relações Exteriores, e esperam que a troca no comando do Itamaraty seja uma chance para o País reabrir canais diplomáticos obstruídos e aumentar a eficácia da relação bilateral com a Casa Branca.
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A avaliação é que o desempenho de Ernesto, baseado em pilares ideológicos, era ineficaz tanto sobre o contato direto com o governo americano, que exige pragmatismo sob o democrata Joe Biden, como diante de empresários e investidores baseados nos EUA e que têm interesse no Brasil.
Entre as principais queixas estava o fato de o agora ex-chanceler bloquear diálogos importantes com seu discurso pouco objetivo e beirar a postura considerada criminosa ao falhar em negociações relacionadas à pandemia, como as que giram em torno de pedidos para compra ou doação de excedentes de vacinas que estão em estoques americanos.
Admirador de Donald Trump, Ernesto não se empenhou para criar pontes com o governo Biden, trabalho concentrado na embaixada do Brasil em Washington.
Uma das funções da embaixada é abrir portas e estabelecer relação com diversas instâncias do governo e da sociedade, mas parte dos diplomatas brasileiros diz que ter fluidez na interlocução do primeiro escalão é fundamental e, no caso de Ernesto Arújo, isso era pouco efetivo.