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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

A importância do planejamento e do marketing político-eleitoral

A cada dois anos os brasileiros convivem com os processos eleitorais e muitos não têm noção de toda a estrutura que existe por trás de uma campanha. Uma das áreas mais importantes para um candidato e que trabalha sempre nos bastidores é o marketing político e eleitoral, pois é através dele que os candidatos se expressam e expõem suas ideias para a sociedade.

O Jornal de Beltrão conversou com Jeancarlo Beltrame, um dos profissionais mais conhecidos neste meio e que atua com marketing político e eleitoral há mais de 25 anos. É diretor da Only Comunicação, hoje com sede em Dois Vizinhos. Formado em Marketing, possui especialização em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, Marketing para Cidades, MBA em Gestão Pública e já coordenou, ao longo destes anos, dezenas de campanhas eleitorais no Sudoeste e Oeste do Paraná e também no Oeste de Santa Catarina, além de prestar consultoria aos governos já estabelecidos.

Jeancarlo Beltrame, experiência de 25 anos na área de marketing político

Qual a importância do marketing político para um candidato?

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Jeancarlo – É de fundamental importância que uma campanha tenha uma assessoria especializada nesta área. O marketing político não cria candidatos e sim os ajuda a se expressar e difundir melhor as suas ideias e projetos. Costumo dizer que o candidato é como um produto e cabe ao marketing potencializar suas qualidades para que seja aceito pelo seu público.

Qualquer profissional de marketing pode atuar nesta área?

Em tese, sim, porém o marketing eleitoral possui muitas especificidades que precisam e devem ser respeitadas. Trabalhar um candidato em um processo eleitoral não é uma matemática e há muitas variantes que devem ser observadas pelo profissional. A campanha é um jogo de xadrez e cada jogada gera um tipo de reação. Você pode estar bem no jogo, mas se fizer uma movimentação errada pode levar um xeque-mate. Por isso a importância de ter um profissional experiente na área para auxiliá-lo nesta tarefa tão importante.

Existe um padrão definido para uma campanha eleitoral?

Aqui em nossa região os municípios são menores e precisamos adaptar o planejamento e o marketing a esta realidade. Desta forma, as ações desenvolvidas são específicas para cada candidato e para cada município. É impossível utilizar a estratégia de um lugar no município vizinho, não dá certo. É por isso que muitos profissionais de marketing de fora não alcançam resultados satisfatórios localmente, porque têm dificuldade de compreender esta particularidade e não conhecem a realidade do nosso povo e da nossa região.

É possível criar um candidato ou eleger alguém que nunca participou da política?

Eu não usaria o termo criar, mas é possível preparar uma pessoa, sim, para um processo eleitoral, inclusive já tive várias experiências bem-sucedidas em nossa região. Cada pessoa tem o seu DNA e ele é único. Uma das coisas que eu não abro mão e não faço nas campanhas em que atuo é tentar vender uma imagem que não é verdadeira. Aqui no interior todos se conhecem, por isso o marketing tem uma forma específica de se trabalhar. Nos grandes centros é diferente, a campanha é feita somente por mídia, a maioria dos eleitores nem chega perto do candidato. O nosso maior aliado em um processo de construção é o tempo. O ontem já passou e não volta e cada dia parado é um tempo precioso perdido neste processo de construção da imagem.

Qual a importância das mídias sociais e da tecnologia no processo eleitoral?

Todas as mudanças ocorridas na propaganda eleitoral ao longo dos anos e a ascensão das mídias sociais impactaram bastante na forma de trabalho, mas não mudou muita coisa dos tempos lá de trás. Continuamos produzindo programas de rádio e televisão e os materiais de propaganda do candidato. O que mudou foi a velocidade da informação. Antes o programa ia ao ar nas rádios na sexta-feira e o candidato só ia responder na segunda. Hoje o programa acabou de ser veiculado e ao mesmo tempo já está em todas as redes sociais. A campanha está na palma da mão do eleitor, porém, é preciso muito cuidado. Eu oriento os grupos dizendo que mais importante do que quantidade e qualidade, é o conteúdo. Não adianta fazer bastante ou fazer bonito, se você não se comunica direito com o seu eleitor, você só está perdendo tempo e dinheiro.

Que tipo de trabalho é desenvolvido hoje em uma campanha?

Como falei anteriormente, uma campanha eleitoral requer muito cuidado. Uma peça mal mexida e jogamos fora todo um trabalho de anos. Nosso trabalho começa com análise de pesquisas e do cenário atual e local, depois fazemos o planejamento e colocamos em execução. Este planejamento em alguns municípios envolve até a questão de escolha do candidato e do vice também. Sempre montamos uma equipe qualificada e profissional para produzir toda a campanha, desde a padronização visual, passando por produção de jingles, programas de rádio e televisão, vídeos e materiais impressos e também para as mídias sociais. Eu gosto de participar e acompanhar todos os processos, desde os textos e roteiros para rádio e televisão, letras dos jingles, textos de anúncios para jornais, impressos e mídias sociais, enfim, ter um controle de todo conteúdo que é produzido e será comunicado ao eleitor. Desta forma difundimos melhor a mensagem do candidato e evitamos os erros comuns que podem custar uma eleição.

Campanha começa dia 16 de agosto

No dia 16 de agosto tem início a campanha eleitoral (e a campanha em rádios e TVs, dia 30) e as eleições municipais ocorrem no dia 6 de outubro. Na região Sudoeste, todos os 42 municípios terão seus prefeitos, vices e vereadores conhecidos no mesmo dia.

O Jornal de Beltrão vai manter sua tradição de uma edição extra na segunda-feira após a eleição, com o resultado de todos os municípios do Sudoeste.

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