Administrador Rivelino Clemente diz que a meta é atender 100% até março.

JdeB – Nesta semana, 11 vereadores de Francisco Beltrão visitaram o Hospital Geral Intermunicipal, na região da Água Branca. O novo espaço, a despeito de ter realizado quatro partos em dezembro, não está pronto 100% para atender a população.
“Ainda falta muita coisa para atender com segurança a nossa população”, disse a vereadora Aline Biezus (Novo), em pronunciamento no Instagram. Ela citou, por exemplo, a falta de suporte de oxigênio. “A estrutura física está excelente, os profissionais também, mas não há condição de atender a população”, reforçou Aline, que é enfermeira e já foi secretária municipal da Saúde.
A visita foi um convite do Rivelino Clemente, responsável do Instituto Santé, que administra o Hospital, com o objetivo de mostrar aos vereadores a estrutura física e o andamento das obras.
Sobre os partos realizados em dezembro, Rivelino comentou para o Jornal de Beltrão que esse serviço era para ter continuidade, “mas teve problema com a licitação do instrumental cirúrgico, e agora está sendo encaminhado novamente”.
Rivelino comentou também que há um atraso porque uma parede foi removida para que uma máquina pudesse entrar na sala — a CME, Central de Material de Esterilização (uma unidade de apoio técnico que utiliza diversos equipamentos para processar artigos médicos, como roupas, utensílios cirúrgicos, etc.).
Rivelino disse que o objetivo é que até o final de março tudo esteja em ordem para o estabelecimento abrir as portas para toda a microrregião. É isso que determina o contrato assinado com o Instituto Santé no começo de dezembro. “Queremos tudo resolvido para termos um atendimento de qualidade e humanizado, com todos os equipamentos”, sublinhou Rivelino.
A secretária municipal Cintia Ramos (Saúde) também foi contatada pelo Jornal de Beltrão. “A obra ainda não foi concluída, nem entregue oficialmente à Prefeitura. Existe uma pendência de pagamento no valor de R$ 6.972.551,92, referente aos valores devidos à construtora responsável pela conclusão da obra”, declarou (leia seu pronunciamento no box ao lado)
“Inauguração precipitada”
De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara, “os vereadores questionaram a contratação de 148 funcionários desde 12 de dezembro de 2024, considerando que apenas cinco atendimentos foram realizados até o momento e que o hospital ainda não está operando integralmente. Também foi mencionado o primeiro repasse financeiro feito à empresa administradora, no valor de aproximadamente R$ 1,8 milhão. Outro ponto levantado pelos vereadores foi a inauguração precipitada do hospital, diante da falta de equipamentos e insumos suficientes para atender todas as especialidades prometidas. Os parlamentares destacaram a necessidade de acompanhar de perto os próximos passos”.
Histórico
O Hospital Intermunicipal começou a ser erguido na década passada, como resposta ao fim do atendimento, pelo SUS, do Hospital São Francisco, que fica no centro da cidade. Em dezembro de 2017, teve a intervenção municipal no São Francisco, que continuou então atendendo todos os 27 municípios da microrregião.
Em outubro passado foi anunciado o fim da intervenção. Mas, na prática, o atendimento continua, até que o novo hospital consiga atender em plenas condições. “O atendimento pelo SUS no São Francisco será mantido, inclusive com o aporte financeiro mensal do município”, disse, na ocasião, o então prefeito Cleber Fontana (PSDB).
Vereadores presentes
Além da vereadora Aline, estiveram na visita ao Hospital Intermunicipal Oberdan Saretta (PSDB), Júlio Spada (Novo), Pedro Tufão Filho (PP), Nildo Borges Gás (PP), Bruno Savarro (PL), Emanuel Venzo (PL), Júnior Nesi (PSDB), Marcos Folador (PT), Anelise Marx (MDB) e Maria de Fátima Niclotte (PSDB).
Cintia Ramos está preparando um relatório sobre a situação do Hospital Intermunicipal

A secretária Cintia Ramos (Saúde) está preparando um relatório sobre situação do Hospital Intermunicipal. Questionada pelo Jornal de Beltrão sobre a situação encontrada, ela remeteu o seguinte texto:
A atual gestão municipal tomou conhecimento das informações relativas ao novo Hospital Geral Intermunicipal Dr. Arzyzone Mendes de Araujo, as quais seguem abaixo:
A obra ainda não foi concluída, nem entregue oficialmente à Prefeitura. Existe uma pendência de pagamento no valor de R$ 6.972.551,92, referente aos valores devidos à construtora responsável pela conclusão da obra.
Há também uma pendência em relação à rede de oxigênio, com a instalação do tanque de oxigênio ainda não realizada. Este item é essencial para o funcionamento do hospital, dentro das boas práticas sanitárias. A base em concreto construída para acomodar o tanque foi feita sem a devida Responsabilidade Técnica (RT), o que impossibilita a continuidade dos trabalhos.
A instalação da Central de Material Esterilizado também está pendente, embora todos os equipamentos necessários já tenham sido fornecidos. Além disso, o hospital não dispõe de instrumental cirúrgico nem de caixas cirúrgicas, sendo que o processo licitatório para aquisição desses itens ainda está em andamento.
Em relação à UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), o hospital conta apenas com camas hospitalares, mas falta praticamente todos os equipamentos necessários para seu pleno funcionamento.
No setor de imagem, o RX fixo ainda não foi instalado, e os equipamentos de tomografia e ultrassonografia estão em processo de aquisição.
O hospital ainda não conta com uma área administrativa adequada, e também não possui estacionamento externo suficiente para acomodar o fluxo de veículos de pacientes, acompanhantes, funcionários e prestadores de serviços.
Além disso, o setor de hotelaria, especificamente o refeitório, apresenta pendências.
A empresa Instituto Santé contratou 150 profissionais que estão lotados dentro do novo hospital. No entanto, vale ressaltar que o hospital ainda não está em funcionamento, tendo realizado apenas um parto, no dia 23/12/2024, durante a gestão da administração anterior onde foi desembolsado, pela antiga gestão municipal, um custeio de aproximadamente R$ 1,9 milhão pago ao Instituto Santé.
A gestão local está preparando um relatório detalhado contendo todas as informações mencionadas, que será repassado ao Conselho Municipal de Saúde e à comunidade.