
JdeB – As principais lideranças políticas do PT no Paraná estão defendendo o lançamento de candidatura própria ao Governo do Estado nas eleições de 2026. Seria um candidato para defender o governo Lula e novas propostas ao governo alinhadas às teses do PT.
E o nome mais lembrado pelas lideranças do partido é o de Enio Verri, 63 anos, economista, ex-secretário de Planejamento no governo Roberto Requião (2003-2010) e ex-deputado federal por Maringá.
Arilson Chioratto, presidente do PT-PR e deputado estadual, falou ao JdeB sobre as articulações políticas da sigla. “O PT tá construindo um esforço pra ter uma frente ampla em 2026, pra ter um palanque ainda maior pro Lula em 2026. Isso faz com que tenhamos conversas com PDT, PSB. Nós temos a federação com o PC do B e o PV. E vamos conversar com outras forças políticas. O objetivo é ter um palanque do tamanho que é o desafio de 2026”.
Ele disse que “também estamos construindo a hipótese de candidaturas próprias. Isso implica em termos um candidato a governador. Hoje, ainda em forma de pré-conversas, nós temos o nome do diretor geral da Itaipu Binacional, Enio Verri, pra ser o nosso representante, e temos outros nomes pro Senado. Mas a gente tá pensando mesmo é num programa de governo pro Paraná. Um programa que identifique as reais necessidades do Paraná, porque o atual governo não representa o que PT e o que o povo merece. Nós estamos aí eivados de privatizações como o caso da Copel, Celepar, Compagas. Tudo o que o povo tinha e que agora estão sendo oferecidos com baixa qualidade”.
Zeca Dirceu, deputado federal, também defende a candidatura própria. “Nós estamos apresentando o nome do Enio Verri, que foi deputado federal e hoje é diretor da Itapu e está fazendo um trabalho fantástico. O Sudoeste é prova disso. A Itaipu nunca investiu aqui no Sudoeste, isso era um erro e nós corrigimos isso. Foi um apelo nosso ao presidente Lula. Só os primeiros convênios já passam de R$ 200 milhões liberados”, afirmou.
Elton Welter, deputado federal, comentou que “o Enio Verri é o nosso nome de pré-candidato a governador, um baita de um nome, grande executivo, competente, muito articulado. Vamos trabalhar para que o nome dele se viabilize eleitoralmente”.
Moro e Alexandre Curi também são cotados para concorrer
JdeB – Em fevereiro, um levantamento da Ágili Pesquisas ouviu 1.151 eleitores em todo o Paraná sobre o pleito de 2026.
Nos cenário estimulado, em que os eleitores escolhem entre opções apresentadas pela pesquisa, o senador Sergio Moro (União Brasil) apareceu liderando, com 32%. Em seguida, o vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins (PL), com 11%; o ex-prefeito da capital Rafael Greca (PSD) também obteve com 11%. O presidente da Assembleia, Alexandre Curi (PSD), pontuou com 8%, e Enio Verri (PT), 5%.
De todos esses, parece mais evidente que o senador Moro será candidato, até porque seu mandato vai até 2030. Ou seja: se perder em 2026, continua com o mandato em Brasília. Os demais nomes vão depender das circunstâncias políticas, do desempenho nas pesquisas e da capacidade de formar uma coligação competitiva — atributos que Moro deve ter com facilidade, principalmente o percentual alto nos levantamentos de intenção de voto.
Alexandre Curi tem sido colocado, entre seus aliados políticos, como o preferido do Palácio Iguaçu para concorrer na sucessão do governador Ratinho Júnior (PSD). O deputado beltronense Ademar Traiano (PSD), por exemplo, fala abertamente nesse sentido.
E Curi tem até o ano que vem para se tornar politicamente robusto. Dentro do grupo governista, além de Greca, corre por fora, digamos assim, o pato-branquense Guto Silva, filiado no PP e titular da pasta estadual de Planejamento.
Num segundo cenário estimulado dessa pesquisa Ágili — que, registre-se, foi espalhada para a imprensa pela assessoria de Sergio Moro —, Guto obteve 6% (mesmo percentual de Verri), com 12% para Curi e 37% para Moro.
Um nome que pode ser considerado para 2026 é o da jornalista Cristina Graeml, recentemente filiada no Podemos, bolsonarista assumida e que teve um desempenho extraordinário na eleição de Curitiba no ano passado, conquistando 42% dos votos (390 mil votos) no segundo turno, concorrendo pelo nanico PMB e sem coligação. Perdeu para o então vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), com o peso das máquinas da Prefeitura e do Palácio Iguaçu — 58% (531 mil votos).
No decorrer do ano, é possível que nomes como os ex-governadores Beto Richa (PSDB) e Cida Borghetti (PP) apareçam em pesquisas para o Palácio Iguaçu. Mas é improvável que consigam formar alianças competitivas. Hoje, a rigor, a conjuntura paranaense está resumida em quatro blocos — o grupo do Palácio Iguaçu (Curi, Greca ou Guto), senador Sergio Moro, o bolsonarismo (Paulo Martins e Cristina)e Enio Verri. (BV)