
Assim como em quatro das últimas cinco eleições, o eleitorado beltroense terá agora em 2024 três opções na urna dia 6 de outubro: pela situação, com o apoio do prefeito Cleber Fontana (PSDB), a candidatura do ex-secretário e ex-vice-prefeito Antônio Carlos Bonetti (PSD), com o veredor Jean Emiliano (PL) de vice. Essa chapa tem também o apoio do PSDB e do Republicanos.
Na oposição, duas alternativas: uma com o vice-prefeito Antônio Pedron (MDB), dissidente da situação, que encabeçou, desde fevereiro, uma grande coligação, atualmente com nove siglas, sendo a última formalizada ontem de manhã, com a chegada do PP, ex-tradicional aliado do PSDB.
As nove legendas são MDB, Podemos, União Brasil, Solidariedade, PSB, PDT, PRD, Novo e PP. Na vice, a professora Lurdinha Bertani (Podemos), na sua estreia em disputas político-eleitorais
A outra alternativa é a oposição raiz, uma dupla feminina, uma novidade nesta eleição e na história do município, com a médica e suplente de vereadora Roselene Baseggio (PV) a prefeita e a professora, também estreante nessas disputas partidárias, Cleo Parabocz (PT) para vice.
Essa chapa da Federação Brasil da Esperança (PV, PT e PC do B) tem ainda o apoio do PSOL, que também terá nomes para a corrida legislativa.

PP com MDB
Na manhã de ontem, a presidente do PP, Elenir Maciel, e o então candidato a prefeito Ronaldo Bizotto, confirmado pela convenção do partido, quarta-feira passada, estiveram na coordenação da aliança em torno de Antônio Pedron. E então formalizaram o apoio, rompendo com o grupo do prefeito Cleber e do deputado presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSD).
“Não é fácil, mas foi uma decisão coletiva do Progressitas; fomos renegados, então tivemos que buscar uma outra alternativa”, disse Elenir.
Segundo ela, a decisão foi apoiada por todos os 19 membros da executiva (que tem 21 pessoas) em reunião no fim de semana, que concordaram em apoiar Pedron.
Vanderlei Follador, presidente do MDB, disse que as brigas do passado são coisas do passado. Com bom humor, disse: “Quem diria, hein, dona Elenir que estaríamos juntos um dia?”, numa alusão ao histórico de lados opostos que ambos sempre tiveram na política local. Todos riram, todos aplaudiram, o clima foi mesmo de confraternização e leveza.
Unificar, agregar
“O espírito político agora é de unificar, e o Pedron, quando veio para o MDB, e para essa coligação, veio para unificar, ele tem essa característica de agregar”, destacou Follador.
Antes do PP, na semana passada o Solidariedade, do então pré-candidato a prefeito Talles Vanderlinde, já havia abandonado o projeto de candidatura própria — ou de candidatura apoiando o PP, como chegou a ser ventilado — e aderido à coligação do vice-prefeito.
Pedron agradeceu os apoios, a construção política que está sendo feita em torno do seu nome e do projeto que o grupo quer apresentar para o município. Bem ao seu estilo, falou que “nada está ganho, temos que trabalhar”.
As mulheres
A convenção da federação foi na APP-Sindicato, reunindo todos candidatos. Muitos nomes novos e jovens e outros mais veterenos, experientes em eleições passadas. “Sabemos quem são nossos adversários, suas potencialidades, porém vamos dar o máximo que pudermos, pois não somos menos e nem menor que ninguém”, disse a enfermeira e médica Roselene, que deverá ser apresentada na propaganda de campanha como Dra. Rose, para facilitar a identificação com o eleitor.
Ela estreou na política em 2020, ficando na primeira suplência do PSB para a Câmara de Vereadores, e pôde exercer a função legislativa por 30 dias, substituindo o titular Cidão Barbieri. “Não vivemos de política, apesar de gostar dela, e não havia um planejamento prévio para eu encabeçar a chapa, mas não fujo da luta, sei quais são os meus ideais e o que quero para o nosso município”, disse Roselene.
Ela, no início do ano, estava cotada para ser vice de Eduardo Scirea (PT), mas o petista desistiu e ficou na Itaipu. Daí Roselene assumiu a candidatura executiva titular.