
Liderança do PT de Francsico Beltrão e vice-prefeito de 2013 a 2015, Eduardo Scirea, 58 anos, está colocado como um nome de oposição para a corrida eleitoral de 2024. “Eu acho que sou um dos nomes, mas não necessariamente que eu seja o nome”, diz, nessa entrevista exclusiva para o Jornal de Beltrão. Ele também opinou sobre o grupo de situação: vai ter racha político ou não? “A situação sempre teve briga nos quatro anos, mas quando chega na eleição se une.”
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Seu nome está colocado para concorrer a prefeito em 2024?
Eduardo Scirea – Eu não sou hipócrita. Antes de mais nada, eu acho que sou um dos nomes, mas não necessariamente que seja o meu nome para a eleição do ano que vem. Isso de candidatura eu acho que tem que ver as articulações. Nós temos ótimos nomes dentro do PT que podem fazer parte dessa composição. Temos o Camilo Rafagnin, Arni Hall, Daniela Celuppi, a própria deputada Luciana Raganin.
O PT deve ser cabeça de chapa da oposição?
Scirea – Pela conjuntura nacional, pelo PT ter o presidente da República, vejo que o PT deve ser cabeça de chapa, numa composição, né? Mas nada imposto. Eu acho que tanto o nome, como quem vai fazer parte da composição, tem que construir uma proposta de oposição. E quando digo oposição, eu defendo uma outra forma de administrar a gestão. É nesse sentido que eu acho que o PT tem que ser cabeça de chapa, mas dentro de uma composição ampla de oposição.
Como você avalia o PT em Beltrão, a rejeição que o partido tem?
Scirea – É claro que o PT tem rejeição, o PT talvez seja o que mais tem rejeição, mas também é o que mais tem popularidade, entende? Veja bem, no último pleito eleitoral, nós perdemos pro Bolsonaro no segundo turno e fizemos mais de 45% dos votos [Lula, 25 mil votos; Bolsonaro, 29 mil votos], fizemos a deputada federal mais votada de Beltrão, a Gleisi Hoffmann [7,7 mil votos]. A deputada estadual Luciana foi a segunda mais votada no município [11,3 mil votos].
Tem voto, então?
Scirea – Na verdade, nem é tanta rejeição quanto que muitos falam. Então eu acho que o que nós temos que fazer é tentar construir caminhos pra que a gente consiga atingir todos os votos que nós recebemos a nível de governo federal nessa última eleição, que venha a ter um reflexo e uma votação a nível de município.
O grupo de situação pode se dividir na eleição da sucessão do prefeito Cleber Fontana?
Scirea – A política é muito dinâmica, né? E tem muita água ainda pra passar embaixo da ponte, como se diz. Existe disputa aí na situação, a gente sabe, é notório, é visível e ninguém, tanto um como outro, ninguém esconde as diferenças. É uma não harmonia, né? Dá até para fazer um parâmetro: o que não acontecia com nós, eu e o prefeito Neto, nessa gestão acontece. Mas eu não acredito que vai ter racha. Chega na eleição, vai ter duas candidaturas, uma do governo municipal e outra da oposição.
Depois de ter sido vice-prefeito, agora um novo cargo público na Itaipu, como está a expectativa?
Eduardo Scirea – Eu sempre digo que um dos melhores momentos da minha vida foi quando eu fui prefeito interino, vice-prefeito, por quatro anos desempenhando papel de secretário do Planejamento e secretário de Urbanismo. Eu considero esses quatro anos os melhores anos da minha vida política, porque eu sou do PT há 40 anos, servi uma administração que eu representava o PT aqui de Beltrão. E eu vou agora pra Itaipu, com o diretor Carlos Carbone [de Capanema], com a Zuleide Macari [de Francisco Beltrão], são pessoas petistas. Eu vou nesse desafio, é um trabalho político, com projetos de infraestrutura, de desenvolvimento social e a questão ambiental. Pode ter certeza que Beltrão e a região serão contemplados. Nós temos que ser republicanos, em tudo o que fazemos, não dá pra puxar a brasa só pro nosso assado, mas com certeza vamos ver com outros olhos Beltrão e a região.