Ele deu entrevista para o programa Sete e Meia e frisou que ainda não foi convocado para prestar depoimento. A questão está relacionada à cedência de uma funcionária para colaborar na delegacia, uma prática de parceria.
JdeB – O juiz substituto Eduardo Schmidt Ortiz acatou o pedido do Ministério Público para bloqueio de bens do ex-delegado da Polícia Civil de Dois Vizinhos e outros seis envolvidos que são acusados de improbidade administrativa no exercício de suas funções. Dentro do processo, houve o bloqueio de bens na ordem de R$ 840,3 mil, sendo quase R$ 500 mil apenas do ex-delegado. A decisão não é uma condenação, mas sim uma medida cautelar, até que sejam, de fato, apuradas as denúncias.
Entre os denunciados pelo Ministério Público está o prefeito Carlinhos Turatto (PP), que é citado por ter cedido uma funcionária cozinheira e outros estagiários para trabalhar na delegacia. Durante participação no programa Sete e Meia, da Rádio Educadora, comandado pela jornalista Renata Pagnoncelli, o prefeito falou sobre a situação toda.
“No final de 2021, houve uma ação do Ministério Público, juntamente com o Gaeco, junto a nossa delegacia de Dois Vizinhos, e se investigava porque se fazia algumas jantas e almoços junto a esse órgão público. Ao apreender o celular, tinha algumas conversas relacionadas ao chefe do comando local da polícia, inclusive alguns pedidos desse que vos fala. No desenrolar do processo, alguém pediu: escuta, quem cozinha aqui? Apareceu uma pessoa que trabalha, uma pessoa contratada por uma empresa terceirizada e cedida à delegacia, juntamente com mais três estagiários. O Ministério Público está num processo de investigação, um direito que lhe cabe, é a função do órgão fazer isso, para ver e apurar os fatos e, sendo assim, me pediu penhora de bens, que é um direito que cabe ao Ministério Público nessa fase do processo”, disse.
Há outros convênios
O prefeito destacou ainda que há convênios com outros órgãos e entidades para cessão de funcionários.
“Nós temos uma cozinheira junto à Polícia Militar para cozinhar aos policiais, uma cozinheira junto ao Corpo de Bombeiros, tínhamos três estagiários na delegacia, uma cozinheira na delegacia, mas isso vem das outras administrações, não é do Carlinhos. Como que não vamos atender um povo que atende a gente no dia a dia? Nós temos que ser parceiros, um município que pensa grande, pensa dessa forma. Não tem corrupção, não tem mão grande, não tem rolo. Quando falamos que é um governo de muitas mãos, é um governo em que mandamos projetos para câmara, foi aprovado, para que nós pudéssemos contratar veterinários para colocar à disposição da maior empresa do município, para que pudéssemos ter terceiro turno. Agora vamos ter dois veterinários lá para fiscalizar o abate para conseguir manter os empregos. Temos um repasse de dinheiro para a Guarda Mirim, de R$ 32 mil, para contratação de pessoas. Temos um repasse de dinheiro de R$ 18 mil para a Casa da Paz, para o mesmo fim, entre outros. Essa é a função do prefeito, da administração, mas sem ódio”, explicou.
Ele elogiou a atuação do Ministério Público. “Eu parabenizo o trabalho, mas eu vou provar que a vida inteira o município colocou uma servidora na delegacia. Se eu cometi o crime de colocar uma servidora lá, eu estou cometendo por ter uma no Corpo de Bombeiros, uma na Polícia Militar, uma parceria com o Ministério da Agricultura para atender a maior empresa do município”.
Trâmite
O prefeito Carlinhos ainda não prestou depoimento. “Eu não fui ouvido, estou respeitando o organograma do processo”, declarou na entrevista.
