Regional

Maciel Comunelo descarta leite em sua propriedade. Segundo ele, 70% do leite produzido na região está sendo descartado devido à greve dos caminhoneiros.
Para o setor leiteiro os prejuízos são contabilizados dia a dia, já que o ciclo da atividade é menor que o da avicultura. Apesar de caminhões de leite passarem pelos bloqueios, os laticínios já não recebem o produto desde o início da semana por não ter condições de processar, estocar e enviar o leite para os supermercados. O jeito de muitos produtores foi vender para as queijarias, que pagam entre 30 e 50 centavos por litro – menos da metade do que um laticínio.
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Desde ontem, segundo um dos diretores da Rural Leite Sudoeste, nem as queijarias estão mais recebendo o leite, que está saindo da ordenha e indo direto pro ralo. “O jeito é descartar, porque a vaca precisa ser ordenhada todo o dia, não tem como interromper isso. A gente estima que no Sudoeste uns 70% da produção está tendo o mesmo destino e em Beltrão o descarte chegue a 40% do que é produzido”, explica Maciel Comunello.
Quando o leite não tem saída, o prejuízo fica com quem produz. “Já estamos com um preço que vem se recuperando lentamente após uma crise no setor e agora temos todos os custos de manter os animais, gastar energia elétrica, ter o serviço de ordenhar e ainda ter que jogar tudo fora”, diz Comunello, que estima um prejuízo de R$ 20 mil até ontem.