“Projeto do ex-deputado Assis do Couto contempla o Brasil todo, a criação de estradas-parque que o país busca”, disse Luiz Fernando Luersen.

Começou, ou recomeçou, há meses, a movimentação em favor da reabertura da Estrada do Colono — os 17,5 quilômetros que separam Capanema de Serranópolis do Iguaçu, interrompido desde os anos 80, com pequena volta de circulação de veículos no início deste século.
“O povo de Capanema já sofreu muito com isso, se você pegar e olhar a população do município, que era de quase 40 mil habitantes e hoje em dia estamos em 18 a 19 mil habitantes, a cidade deu uma diminuída, ficamos esquecidos vamos dizer assim”, comentou o empresário Luiz Fernando Luersen, vice-presidente da Acec e um dos líderes do movimento.
“A economia a gente fala que é quase uma economia de subsistência porque a gente tá muito isolado, e esse fechamento da estrada acabou atrapalhando muito o nosso desenvolvimento e agora, em um momento diferente, numa situação que a gente enxerga um horizonte um pouquinho melhor, a gente tá aí buscando pra dar uma retomada nisso e voltamos a falar da estrada”, completou.
Um projeto do ex-deputado Assis do Couto (PDT) foi desengavetado no Senado há 15 dias, com a assinatura de 27 senadores. Uma articulação do senador Álvaro Dias (Podemos).
“O projeto do Assis propõe a criação das estradas-parque no Brasil todo e não só a Estrada do Colono; vários estados têm esse interesse e esse projeto foi aprovado, mas quando chegou no Senado acabou tendo alguns problemas e foi arquivado; agora esse projeto vai voltar à pauta, vai voltar a tramitar no senado pra gente estar aí sonhando quem sabe com a reabertura da nossa estrada”, disse Luersen.
Na semana retrasada, o deputado federal Nelsi Maria Vermelho (PSD) protocolou seu projeto de reabertura na Câmara dos Deputados, criando a Estrada Parque Caminho do Colono.
No Senado, a ideia é aguardar para ver quem serão os senadores responsáveis pela comissão de análise, e daí fazer pressão política em cima deles. “Vamos levar um pouco da nossa realidade, mostrar como era Capanema e como está Capanema, o que a gente deixou de ganhar nesse período, o quanto a nossa população sofreu, quantas pessoas já nos deixaram e lutaram muito pra ver essa estrada entre nós”, declarou Luersen, lembrando do ex-deputado Caíto Quintana, falecido em janeiro: “uma pessoa que lutou muito por essa estrada, esteve lá encabeçando os movimentos dentro do parque, então é uma pessoa que com certeza deixou esse sonho da reabertura da estrada e é por ele que também estamos batalhando pra que, se Deus quiser, a justiça vai ser feita e a estrada vai ser reaberta, pro bem de todo mundo, e a gente vai ajudar a preservar esse parque, que é o que nós mais queremos”.
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A reabertura é um movimento apartidário
Palavra do presidente da Acec, Luiz Fernando Luersen: “Nós montamos um movimento apartidário, ou multipartidário, como a gente gosta de falar, porque como agora saiu um pouquinho da esfera judicial, quem está nos ajudando muito é o doutor Márcio Geron, que é um juiz aposentado do município, ele até que começou o movimento, tomou frente do movimento, ele sempre fala que o nosso movimento é apartidário e multipartidário, porque a gente precisa de todo mundo”.
“Antigamente era o impasse judicial, que acontecia muito canetaço, muitas vezes aquilo foi fechado por conta de interesses que a gente não entende de onde veio; e então agora é uma briga mais política, estamos tentando unir forças da comunidade, unir forças da sociedade, buscar aí quem tem interesse em nos ajudar e se juntar ao nosso movimento em prol desse projeto que vai ajudar tanto o nosso Sudoeste, tanto a desenvolver a nossa região que está em torno do parque e não só o Sudoeste, a gente esteve no Oeste do Paraná também, visitamos e fizemos uma reunião em Medianeira, estivemos falando com o pessoal em Serranópólis do Iguaçu.”
“Depois do fechamento da estrada, ela não é rota, fica num cantinho, encostadinha, ninguém passa por lá e é uma cidade que tá sumindo, ninguém mais passa por lá, é uma cidade que tá envelhecendo e se não conseguirmos essa abertura tende a desaparecer e estamos buscando isso, estamos buscando a ajuda de todos, fomos lá buscar a ajuda da Cacispar, que também se mostrou muito favorável, todo mundo querendo ajudar, porque a gente sabe que é um bem comum, é uma coisa que ninguém entende o porquê que aconteceu, o porquê que fechou, e a gente só busca então que esse projeto seja aprovado, um projeto que contempla o Ecoturismo, um projeto que faz com que ajude a preservar o parque, porque se fala muito em preservação do parque, mas com o parque fechado do jeito que está, ao invés de preservar, estamos incentivando a não ser preservado, com o parque fechado menos pessoas vão estar passando lá, menos pessoas vão estar vendo coisas erradas e isso é um prato cheio pra quem quer fazer coisa errada lá dentro.”