Aquecimento em todas as regiões do Paraná; temperatura recorde em Francisco Beltrão?

O Simepar deu 31,5 graus para Francisco Beltrão, ontem, mas o painel da Praça do Calçadão marcava 37,1, às 16h (depois passou de 38).
A média local mais alta de temperaturas máximas ainda é de 1985.
Foto: Ivo Pegoraro/JdeB
Segundo a meteorologista Ana Beatriz Porto da Silva, do Simepar, “a distribuição das temperaturas máximas mostra um aquecimento em praticamente todas as regiões do Estado. Os elevados índices de umidade do ar deixam uma sensação de tempo abafado e as chuvas ainda não se desenvolveram sobre as regiões. Entre a Serra do Mar e o litoral paranaense há muitas nuvens e esta situação está impedindo um maior aquecimento, como nas demais regiões”.
E mais: “Nesta quarta-feira [ontem] a frente fria se afasta para o Oceano Atlântico na altura do litoral de São Paulo. Mas o ambiente atmosférico ainda se encontra instável e favorece para a formação de nuvens mais desenvolvidas e com potencial para provocar chuvas no Paraná. As temperaturas têm previsão de uma elevação um pouco mais lenta se comparado ao dia anterior, enquanto o céu se mantém com mais nuvens no leste”.
Até as 15 horas de ontem, as temperaturas máximas registradas, em cidades do Sudoeste, segundo o Simepar, eram: Capanema 34,1, Francisco Beltrão 31,5 e Pato Branco 29,5. Foz do Iguaçu estava com 32,5.
Para hoje ainda não há previsão de mudança do tempo no Estado. Poderão ocorrer, no período da tarde, “as típicas chuvas de verão, rápidas e com distribuição irregular”.
38 graus em Beltrão?
Às 16 horas e 22 minutos desta quarta-feira, o painel da praça do Calçadão, no centro de Francisco Beltrão, marcava 38,1 graus. Bem mais que os 31,5 anunciados pelo Simepar.
Se valesse a temperatura do painel, poderia estar vindo aí um novo recorde de calor para o verão beltronense. Há quem fale que as temperaturas médias máximas mensais estão aumentando, ano a ano, como se pode verificar na média anual dos últimos cinco anos, segundo registros da Estação Meteorológica do Iapar. Em 2015 foi de 26,2 graus, em 2016 baixou para 25,8, em 2017 chegou a 26,6, em 2018 ficou nos 26,0 e em 2019 foi de exatos 27 graus.
Para o histórico dos últimos 41 anos do controle oficial no município, 27 graus é uma média alta, se for observado que os cinco primeiros anos deste período tiveram médias bem mais baixas: 1979 (a mais baixa de todas) 19,8, no ano seguinte subiu para 24,3, seguindo-se 1981 e 1982 iguais com 25,7 e 1983 com 25,2. Mas as duas médias mensais mais altas de temperaturas são as de dezembro de 1985 – 32,4 graus, e janeiro de 1986 – 32,0.
A média de 2019, portanto, ficou cinco pontos abaixo da maior média de 1986 e 5,4 abaixo da maior média de 1985.
A previsão dos meteorolistas é que, se janeiro continuar seco e quente como tem sido em seus primeiros oito dias, poderá ser estabelecido um novo recorde de temperatura média mensal na região.
Mas a torcida, principalmente para quem depende da agricultura, é que chova e diminua o calor o quanto antes.