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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Adesão ao Consórcio de Inspeção Sanitária não é garantia de aumento da produção

Instituição criada em Santa Catarina está expandindo atuação para o PR e Rio Grande. O sucesso dos pequenos empreendimentos depende de vários fatores.

 A adesão ao Consórcio Intermunicipal de Segurança Alimentar do Extremo Oeste de Santa Catarina (Consad), que fornece o registro do Sisbi-Suasa (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária – Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Suasa) para as pequenas ou médias agroindústrias, não é garantia de que a produção e a venda de produtos vai aumentar. O registro no Sisbi-Poa garante à empresa a possibilidade de ampliar seus negócios. Mas o sucesso do empreendimento depende de vários fatores. 
O Consad, que tem sede em São Miguel D´Oeste (SC), mantém convênios com 30 municípios do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para a inspeção e certificação das agroindústrias que aderiram às normas do Sisbi-Suasa. Atualmente são oito indústrias de carnes e lácteos que contam com o registro e já podem vender para outros Estados. 
Rafael Segatto, médico veterinário do consórcio para os municípios conveniados do Paraná, conta que uma unidade está indo tão bem que já projetou a ampliação de sua estrutura. “Eu posso citar uma unidade de Guaraciaba que foi uma das primeiras que entrou com nós, que é de embutidos. Quando ela começou a trabalhar com nós, era uma unidade que produzia em torno de 200 quilos de salame, hoje é uma unidade que passa 10 mil quilos por mês, esses 10 mil quilos ela já transformou num projeto de três milhões, agora que ela vai construir um frigorífico junto. Então, claro que isso quem delimita o seu teto de produção vai ser a forma que você trabalha, a qualidade que você usa seu produto, isso é o que faz a diferença, a gente tem unidades que estão lá, começaram a produzir e não evoluíram, às vezes por causa de gestão, então tem várias barreiras que têm que ser ultrapassadas”, disse.

Melhor qualidade
O serviço de inspeção dá oportunidade para os empreendedores ofertarem aos consumidores um produto com qualidade e ampliar os mercados. “A partir desse momento, eles vão ter que se adequar internamente porque é muita indústria familiar que a gente está trabalhando, a gente trabalha com conglomerados de empresas que possuem uma gerência, um RH (recursos humanos), então tem essa dificuldade de o pessoal ter uma gestão de como proceder com a atividade deles dentro da unidade, mas no geral todo mundo que se aplicou e que conseguiu alcançar esse selo ele dobrou, triplicou a produção tranquilamente.”
Os técnicos do consórcio dão as orientações técnicas e apontam a documentação necessária, como o processo de produção deve ser feito e fazem a fiscalização do sistema de produção. A parte de gestão fica por conta de cada empresa. Rafael disseque as pequenas empresas ainda não entendem bem a dinâmica da proposta da certificação e da concorrência. “Ah, eu só vou conseguir vender pra fora, mas às vezes ele não tá sabendo que está trazendo um concorrente para dentro do município também”, comentou.

Expansão dos pequenos
Em Francisco Beltrão, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural está discutindo parceria com o Sebrae para auxiliar alguns projetos, com vistas a um trabalho de longo prazo nas áreas de gestão, de crescimento, planejamento sobre o mercado para pequenas unidades. O secretário Nelcir Basso diz que tem 160 propriedades que fazem o comércio através da cadeia curta, que consiste na venda do produto direto do agricultor para o consumidor. “Isso dá um rendimento grande para o produtor, não tem intermediários”, observou Nelcir.
Ele acrescentou que “a gente tem até um projeto dessas agroindústrias é uma coisa que é barato é a construção de 3×4 que o Sebrae está ajudando neste projeto, tem até financiamento pelo Pronaf, não vai atropelar ninguém, não pode dizer que não pode fazer, é uma coisa bem simples, mas que vai funcionar”.
A cadeia curta consiste na venda de produtos, pelo agricultor, diretamente ao consumidor nas feiras livres. A ideia é aumentar os pontos de venda – as feiras – com a abertura na Cidade Norte e nos bairros Padre Ulrico e Industrial. 

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