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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Apesar da crise, empresas mantêm o trabalho na pandemia, revela pesquisa

Devido às medidas de restrição de circulação de pessoas, quase 40% dos empresários afirmaram que conseguem manter o funcionamento devido à utilização de ferramentas digitais, como sites, telefone e aplicativos.

 Obter empréstimo para contornar a crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus tem sido um dos principais desafios dos pequenos negócios. A 4ª edição da pesquisa Impacto da Pandemia do Coronavírus, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que 21% dos pequenos negócios no Paraná conseguiram obter crédito junto às instituições financeiras. Outros 31% ainda aguardam respostas e 48% tiveram o crédito negado. O percentual é maior que a média no Brasil, que é de 16% de sucesso na obtenção de crédito.

“Nos países desenvolvidos, existem políticas de crédito a juros zero porque os pequenos negócios são essenciais para o funcionamento do sistema econômico. No Brasil, o crédito continua caro e burocrático. Elas são 99% das empresas e respondem por a maior parte dos empregos. Em tempos de pandemia, a prioridade deveria ser manter as empresas vivas. Se não socorrermos as empresas que precisam de crédito, não vai haver empresa para voltar a produzir e não sairemos dessa crise tão cedo”, explica o presidente do Sebrae, Carlos Melles, ao analisar o cenário nacional.

Segundo os entrevistados paranaenses, a falta de garantias ou avalistas foi a principal razão (22%) apontada pelos bancos para a negativa de crédito. O CPF negativado ou com restrições também foi citado por 18% dos empresários para a negação dos empréstimos.

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Outros 12% afirmaram que o banco não informou o motivo. A maioria (23%) solicitou empréstimo entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Outros 21% pediram entre R$ 10 mil e R$ 20 mil e 14% até R$ 30 mil.
No Brasil, o CPF com restrições foi a principal razão (19%) para a não concessão de crédito. A negativação no Cadin/Serasa também foi citada por 11% dos entrevistados para a negação dos empréstimos, este foi o quarto item mais citado. Outros 11% dos empresários ouvidos afirmaram que a falta de garantias ou avalistas teria sido o principal obstáculo.

Pandemia causa mudança no setor

A pesquisa mostra ainda que, no Paraná, 48% dos entrevistados mudaram o funcionamento da empresa com a pandemia, 39% interromperam as atividades temporariamente, 9% não mudaram a forma de trabalho e 4% decidiram fechar a empresa de vez.

Devido às medidas de restrição de circulação de pessoas, quase 40% dos empresários afirmaram que conseguem manter o funcionamento devido à utilização de ferramentas digitais, como sites, telefone e aplicativos. Outros 37% não conseguem funcionar porque dependem do atendimento presencial.

Entre os que fecharam seus negócios, 29% pretendem abrir outra empresa, 20% vão procurar outro emprego, 17% vão criar um negócio informal, 11% querem ser autônomos e 4,5% pretendem se aposentar.

Conforme o levantamento, a pandemia afetou o faturamento de 87% dos entrevistados, com uma redução média de 61%. Apenas 4% afirmaram ter aumentado o faturamento, sendo que, deste total, 39% passaram a vender online.

Questionados sobre a necessidade de demitir funcionários com carteira assinada, nos últimos 30 dias, por conta da Covid-19, 47% responderam não ter funcionários, 40,5% não precisaram desligar colaboradores e 13% tiveram que dispensar.

Vendas online
A maioria dos empresários (46%) já realizava vendas online antes da pandemia. 18% afirmaram não vender por este tipo de canal, mas que têm interesse. Os meios mais utilizados para a comercialização de produtos e serviços apontados pelos empresários são o Whatsapp (84%), seguido pelo Facebook (56%) e Instagram (40%).
O mais recente levantamento feito pelo Sebrae em parceria com a FGV, ouviu no Paraná 527 donos de pequenos negócios, entre os dias 29 de maio e 2 de junho. Metade dos entrevistados são do setor de serviços, 44% do comércio e 4% da indústria. Em todo o país foram 7,7 mil donos de pequenos negócios que responderam a pesquisa, de todos os 26 Estados e do Distrito Federal.

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