A indústria da construção civil teve bom desempenho em maio, criando 1.489 empregos
O ritmo das demissões diminuiu em maio no Paraná. É o que revelam os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Na indústria, as demissões caíram pela metade, embora o saldo ainda tenha sido negativo, com fechamento de sete mil vagas no mês. Em abril, o saldo ficou em -14.688 vagas.
Contando todos os setores da economia, em maio, o Paraná fechou 23.856 postos de trabalho. No acumulado de janeiro a maio, o saldo é de -47.696 vagas. Mesmo assim, o resultado é melhor se comparado aos demais estados do Sul, que tiveram redução maior. Santa Catarina acumula quase 55 mil vagas extintas no ano.
E o Rio Grande do Sul, 86,6 mil. No Brasil, o saldo de maio foi de quase 332 mil postos de trabalho fechados. De janeiro a maio, o País já acumula 1,14 milhões de vagas perdidas.
“Boa parte das empresas recorreu às medidas emergenciais para manutenção de empregos, como a suspensão de contratos ou redução de jornada de trabalho e salários, o que ajudou a amenizar as demissões”, afirma o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro.
“Mesmo assim, diversos setores industriais ainda enfrentam sérias dificuldades pela forte queda na demanda. Para que tenham fôlego e evitem novas demissões, é fundamental que as empresas tenham acesso efetivo a outras medidas, principalmente na área de crédito”, completou Carlos Valter.
A indústria da construção civil do Paraná teve bom desempenho em maio, criando 1.489 empregos. No acumulado do ano, tem saldo positivo, com 5.606. Assim como o agronegócio, com 2.670 novas contratações. Já a indústria de transformação registra saldo negativo em cerca de 8.300 vagas de emprego, de janeiro a maio.
Mas, o comércio, com -25 mil, e o setor de serviços, com -22 mil, foram os mais afetados pela pandemia no Estado este ano. Em maio, o comércio extinguiu 6,6 mil postos de trabalho e, serviços, 11,3 mil. O agronegócio também registrou saldo negativo, com 341 vagas a menos no mês.
“O mercado de trabalho ainda sofre os impactos das medidas de isolamento em função da crise do novo coronavírus. Mas já percebemos uma melhora. O ritmo de demissões perdeu força em maio em relação ao mês anterior”, aponta o economista da Fiep, Evânio Felippe.
“Isso mostra que com a flexibilização do isolamento e a retomada das atividades em alguns setores, no final de maio, a empregabilidade aumentou. Porém, a recuperação do emprego daqui para frente vai depender das próximas ações do governo para conter a crise sanitária no Paraná”, justifica.
Desempenho por
setor da indústria
Na indústria de transformação do Paraná foram fechados 6.852 postos de trabalho em maio. Os setores mais prejudicados foram automotivo (-1.841 vagas); artigos do vestuário e acessórios (-1.520); e moveleiro (-636). Já o segmento alimentício registrou saldo positivo, com 284 novas contratações, assim como fabricação de produtos do fumo (226). De janeiro a maio, a indústria de transformação acumula saldo de -8.333 vagas. O setor do vestuário registra maior perda acumulada no período, -3.460 postos excluídos. Seguido pela fabricação de móveis (-2.119); e automotivo (-1.604). Já alimentos, com 3.272 novas contratações, fumo, com 1.276, fabricação de derivados do petróleo, 299, e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, 185, tiveram desempenho positivo.
Sudoeste
Na região Sudoeste, 26 municípios tiveram saldo negativo (admissões – desligamentos), 15 saldo positivo e um — Renascença — teve o mesmo número de admissões e demissões. O município de Capanema teve saldo positivo: 62 novas vagas abertas pelas empresas.