Com o sofrimento de um nascimento prematuro ainda na memória, os pais celebram um ano de idade do casal de gêmeos.

“O sofrimento ficou para trás”.
Há pouco mais de um ano, em uma quarta-feira, 4 de junho, nasciam os filhos de Alberto (Beto) Arisi e Leila Zanin, prefeito e primeira-dama de Salgado Filho. Nasciam antes do tempo, prematuros, depois de uma gravidez de apenas 6 meses e 11 dias. Mal vieram ao mundo, ainda pequenos e frágeis foram levados para a UTI, enchendo os pais de preocupação.
E isso tudo depois de um esforço enorme. Leila tinha uma doença que dificultou muito o sonho de ter filhos. Depois de desenganada pela medicina, em uma consulta de rotina, em 2013, o médico deu esperanças de uma fertilização in vitro. Leila já estava com 41 anos. Após o processo, Leila finalmente estava grávida. O sonho de um filho seria realidade. Mas seria realidade em dobro. Leila e Beto estavam esperando um casal de gêmeos. Durante os primeiros meses, a gravidez foi normal. Mas ainda era muito cedo quando os bebês resolveram nascer. Com apenas 6 meses e 11 dias de gestação, Leila deu à luz Lívia e ao Arthur. A menina, com 1,084 quilos e 38cm, e o menino, com 1,340 quilos e 40 cm, foram levados às pressas para a UTI.
“Meu primeiro contato com os bebês foi um turbilhão de sentimentos, ninguém pode imaginar a sensação de ver dois seres tão pequenos, quase cabiam na palma de nossas mãos, cheios de tubos e aparelhos que nem dava para vê-los direito. Eu e meu esposo começamos a chorar, até que eu passei mal e desmaiei”, conta Leila.
E a luta mal havia começado. A primeira-dama de Salgado Filho relata emocionada: “No segundo dia eu senti uma das piores dores que alguém pode sentir. A dor da separação. Era hora da minha alta e eu iria para casa sem levar nenhum dos meus bebês. Mas a certeza de que eu voltaria no outro dia me tornava forte. No terceiro dia, quando chegamos ao hospital, a doutora veio nos dar o boletim dos bebês e tudo tinha piorado para a Lívia. Começava então uma luta incansável pela vida da menina. “Cada dia que passava a situação se agravava e o medo de perder a nossa filha ia aumentando, colocamos todo mundo em oração.”
Com apoio de família e amigos, e muita oração, o casal continuou acompanhando o desenvolvimento dos bebês. Mas, morando em Salgado Filho e com as crianças no hospital em Beltrão, a rotina ficava cada vez mais pesada. Arthur não teve complicações, mas tinha que ficar no hospital para respirar e ganhar peso. A pequena Lívia sofria com bactérias no pulmão, infecção generalizada, pneumonia, derrame cerebral e paradas respiratórias constantes.
Os pais sempre foram muito religiosos e chegaram a levar um padre para batizar e dar o sacramento dos Santos Óleos para as crianças. Até que na sexta-feira, 11 de julho, Leila chegou ao hospital e encontrou a pequena Lívia sem o tubo de respiração. A mãe se desesperou, chamou a médica e descobriu que, no meio da noite, a bebê tinha tirado seu próprio tubo. E reagido. “No dia anterior ela nem se mexia e agora estava lá, toda esperta, parecia que estava rindo pra mim. Ela havia melhorado da noite para o dia”, lembra Leila.
Na última semana, os bebês comemoraram o primeiro ano de vida, cercados por familiares e muitos amigos. Muito saudáveis e com um sorriso fácil no rosto, definitivamente, o sofrimento ficou para trás.