Regional
Nos últimos anos, a Associação de Catadores de Recicláveis de Dois Vizinhos vem passando por diversas adequações e melhorias. Depois da reforma do barracão e compra de equipamentos, agora a entidade passa a ser a Cooperativa de Catadores de Dois Vizinhos José Pedro Alves. São 16 sócios fundadores e cerca de 22 famílias já atendidas na estrutura que fica próximo à Avenida das Torres. “A associação existe desde 2009 e foi reestruturada a partir de 2018, quando a administração reformou o barracão, colocou novas máquinas, a esteira para a triagem de material, uma prensa e um caminhão novo para a coleta de recicláveis. Neste ano, constituímos uma cooperativa porque ela vai permitir agregar mais pessoas e vem para melhor estruturar”, disse o técnico em agropecuária Cléverson Aléssio da Silva, que assessora a entidade, em entrevista para a Assessoria da Prefeitura de Dois Vizinhos. O presidente eleito para o primeiro mandato foi Valdomiro Peff e o nome escolhido foi uma homenagem a um dos fundadores. “José Pedro Alves foi o primeiro que juntou os grupos de catadores para formar a associação e recebeu essa homenagem dos catadores”, explica Cleverson.

Mais dinheiro para as famílias
A mudança de associação para cooperativa visa dar melhor qualidade de vida e rendimentos para as famílias. “Como associação, ela não conseguia se manter. A tributação brasileira é muito pesada e chegou um ponto que os catadores entenderam que, diante dos números, era mais viável montar uma cooperativa que não tem tanta tributação e, por consequência, sobra mais para todos. Além da retirada mensal, os sócios vão ter a divisão das sobras no final do exercício”, explicou o assessor.
Toda a cidade é atendida pela coleta
O assessor pede para que toda a sociedade se empenhe na separação de lixo orgânico e reciclável, que passa em todas as ruas da cidade e coleta cerca de 50 toneladas mensais. “Fazemos a separação no barracão. Só os plásticos, por exemplo, são separados em oito grupos diferentes. Normalmente a gente olha e acha que é tudo plástico, mas eles tem composição e destinos distintos. Por isso, é importante se as pessoas separassem o lixo em casa: o que é orgânico, se mora numa casa, coloca no fundo do lote que vai se tornar adubo. Não jogue para ser coletado. Se tiver vidro quebrado, embale bem e identifique porque acontece acidentes com frequência na separação do material. Todos tem proteção, mas acaba que temos acidentes e sempre pensar que o que estamos jogando fora como lixo é a renda de outras pessoas”, completa. O município repassa cerca de R$ 18 mil mensais para a coleta dos recicláveis. “É uma licitação e o pagamento vai de acordo com o que for coletado. Com base nisso, é feito o pagamento aos cooperados, o custeio a manutenção (combustível e manutenção do caminhão, prensa, esteira, telefone, internet, segurança). São 16 pessoas, cada um recebendo, em média, R$ 1,2 mil e por isso esse valor do município complementa e aí surgiu a necessidade de montar uma cooperativa para que se pague menos impostos e sobre mais para os catadores lá dentro”, conclui.