Com data marcada para novas negociações, grupo de atingidos aguarda proposta do consórcio.

Foto: Assessoria
Na sexta-feira, 13, vários moradores dos arredores da Usina Baixo Iguaçu, cujas terras serão inundadas pela formação do reservatório da usina, reuniram-se no canteiro de obras em uma manifestação que chegou a paralisar os trabalhos.
Depois disso, os atingidos passaram a semana em discussão com a empresa, mantendo a manifestação. Eles pediam garantia dos seus direitos e indenizações justas pela perda das terras. Segundo os manifestantes, a indenização proposta pelo consórcio não condiz com a realidade, e os representantes deste não teriam comparecido em negociações.
Assim, de acordo com Rodrigo Zancanaro, representante do Movimento de Atingidos por Barragens, houve uma reunião terça-feira, 17, em Curitiba, na qual se estabeleceu que as negociações entre o Consórcio Baixo Iguaçu e os atingidos deveriam recomeçar imediatamente. Ele conta que o Ministério Público definiu que, caso as negociações não voltem, a obra será suspensa novamente – mas sem demissões dos trabalhadores. Além disso, a Copel deverá estar presente nessas negociações.
Com essa exigência, houve nova reunião com o consórcio, quinta-feira, 19, também em Curitiba. Rodrigo diz que nessa reunião foi apresentada a pauta de reivindicações dos atingidos e a defasagem de preços da indenização entre o proposto pelo consórcio e um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab).
Conforme Rodrigo, nessa reunião ficou combinada uma nova discussão para o dia 2 de junho, com a presença do consórcio, dos atingidos, do Ministério Público e de lideranças regionais. Desde então, até o dia 2, os atingidos deverão suspender as paralisações no canteiro de obras, mas se manterão mobilizados, com reuniões, aguardando a resposta do consórcio.
Consórcio publica nota de esclarecimento
Ainda no dia 19, o Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu
publicou uma nota de esclarecimento sobre o desenvolvimento das discussões e da obra. Confira na íntegra:
O Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu (Cebi), responsável pela implantação e futura operação da Usina Baixo Iguaçu, vem a público esclarecer que:
– O consórcio honra integralmente com os compromissos assumidos nos acordos assinados até o momento. Sendo assim, destaca que não existem pendências contratuais com os agricultores das áreas já negociadas, incluindo o canteiro de obras.
– Caso qualquer agricultor tenha interesse em esclarecer dúvidas ou identifique pendências relacionadas ao seu acordo, deve procurar nosso escritório em Capanema, à Rua Tupinambás, 1.185 – Centro. O Consórcio tratará o assunto com prioridade e envidará todos seus esforços de forma a prestar os esclarecimentos necessários.
– Desenvolve uma obra dentro de um rigoroso planejamento gerando mil e oitocentos empregos diretos, sempre priorizando a mão de obra local;
– Desenvolve, junto aos municípios envolvidos, ações de apoio às comunidades, dentro do estabelecido em seus programas em andamento e seguindo os três pilares de atuação (Educação, Saúde e Segurança);
– Atendendo às necessidades informadas pelas Prefeituras, o Cebi já concretizou as seguintes ações:
Doação de ambulância, ampliação e reforma em escolas, instalação de câmeras de segurança, pista de skate, atendimento ao migrante, reforma de creches, doação de livros para escolas, doação de micro-ônibus, doações de mudas, melhoria de estradas, além de outras ações em estudo.
– Por fim, colocamo-nos à disposição dos agricultores, entidades e sociedade civil para prestar qualquer esclarecimento que se faça necessário.