Francisco Beltrão é um dos municípios que se destacam neste programa de governo.

A expansão da rede de agentes de desenvolvimento do Banco do Empreendedor no Paraná proporcionou um crescimento significativo no número de financiamentos de microcrédito da Fomento Paraná, agência que oferta linhas de crédito para diversos segmentos. A agência acumulava no final de junho 6.840 contratos ativos. O índice é 23% superior ao mesmo período do ano passado e representa um crescimento de 180% em quatro anos.
A carteira de microcrédito, que somava R$ 9,9 milhões em junho de 2011, chegou a R$ 42,9 milhões em junho de 2015, o que representa um crescimento de 333,3% no período.
No município de Francisco Beltrão foram liberados 62 projetos de micro e pequenas empresas, entre janeiro e junho deste ano, com valor de R$ 732.987,00. Praticamente foi o mesmo valor do ano passado para o período. “Vamos passar de R$ 1 milhão em 2015”, aposta o agente de crédito Itacir Rovaris, do Banco do Empreendedor. Durante todo o ano passado, a instituição liberou R$ 1 milhão em microcréditos para os empreendedores locais.
Itacir salienta que a liberação de recursos pelo Banco do Empreendedor “é uma constante”. Nos últimos meses, o valor médio de financiamentos está em R$ 11.822. “É uma média alta”, sublinha Itacir. No geral, em Beltrão, a média de recurso liberado, por projeto, é de R$ 6.600.
O Banco do Empreendedor de Beltrão é um dos mais importantes do Estado em aceitação deste programa de governo. “É o melhor município, segundo eles, é um município bom e que o pessoal investe”, destaca Itacir. A instalação do programa de crédito aconteceu em 2001, na gestão do prefeito Vilmar Cordasso (2001-2008). Nestes 14 anos foram liberados 977 projetos e R$ 6.432.694,00.
Até o final de 2015 deve ser liberado o financiamento de número mil. Itacir revela que o prefeito Antônio Cantelmo Neto (PMDB) planeja fazer um ato comemorativo para marcar este momento.
Neste ano, a taxa de inadimplência das empresas teve um pequeno aumento, chegando a 2,36%. Antes, no entanto, a média era de 1,99%. “Sempre teve abaixo de dois por cento”, ressalta o agente de crédito.
Em 2015, dos 67 projetos já liberados, 31 foram para o setor de serviços, 17 para o comércio e 14 de indústria. Houve uma retração no número de empréstimos para o segmento industrial numa comparação com os anos anteriores. No setor de serviços, a demanda maior é para pequenas empresas de construção, para eletricistas e profissionais de salões de beleza.
A empresária Sueli de Mello, proprietária da loja Vest Dez, de Beltrão, captou recursos do Banco do Empreendedor em 2014. Sueli pegou o dinheiro para aplicar em melhorias na loja e para capital de giro. O empréstimo será pago em 36 parcelas mensais. “A taxa de juro é excelente”, comenta a empresária. O valor das parcelas não é alto e, por isso, a empresária pode pagá-lo com tranquilidade, mesmo com a recessão econômica enfrentada pelos brasileiros. Ela reconhece que a economia passa por problemas, mas, otimista, diz: “Não podemos desanimar, daqui a pouco passa”.
Sueli trabalhou durante dez anos como costureira em indústria de facção e também mantinha uma casa de costura, que prestava serviços para as empresas do setor. Há três anos resolveu montar a sua loja de confecções e calçados. Atualmente, a Vest Dez emprega três funcionários.
Procura menor
O Banco do Empreendedor de Marmeleiro registrou, neste ano, uma retração no número de pedidos de empréstimos e de liberações. Deomir Pavan, responsável pelo órgão no município, diz que as pessoas continuam procurando informações, mas como há burocracia – é preciso apresentar muitos documentos e o avalista -, elas acabam não solicitando o financiamento. Outra dificuldade enfrentada pelos empreendedores é que muitas pessoas não querem servir de avalista.
Neste ano, o Banco do Empreendedor recebeu dez pedidos e cinco deles foram liberados. O valor total chegou a R$ 70 mil.
Financiamento para prefeituras
A Fomento Paraná possui atualmente operações de crédito ativas com as prefeituras de 315 dos 399 municípios paranaenses, o que representa quase 80% do Estado. Ela também libera financiamento para as prefeituras investirem em obras e compra de máquinas e veículos. *Com informações da Agência Estadual
Projetos liberados em 14 anos
Setor de serviços: 323
Setor de comércio: 350
Setor industrial: 304