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Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

”Capanema Terra do Melado” abre portas para artesãos do município

Projeto vai levar o artesanato da cidade até as Cataratas do Iguaçu, para comercialização em pontos turísticos.

 

Elisabeth termina de montar o seu kit de produtos para o “Capanema Terra do Melado”.

Maria Noemi Stefani e Elisabeth Wallau – vizinhas de porta e amigas de longa data – compartilham uma história semelhante. As duas foram professoras por boa parte de suas vidas, sempre nos mesmos colégios, aposentaram-se mais ou menos na mesma época e, depois de aposentadas, as duas escolheram o mesmo hobby: o artesanato.

E o que começou apenas como algo para ocupar os dias tranquilos da aposentadoria está no caminho de se tornar uma verdadeira fonte de renda para as famílias das duas professoras, e de outros artesãos de Capanema. Depois de um trabalho intenso da administração, com a Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo, desde o início de novembro o município fornece produtos artesanais para comercialização  turística nas Cataratas do Iguaçu, através do projeto ‘Capanema Terra do Melado’.
O projeto começou com quatro artesãs que, nas palavras das próprias participantes, tiveram “a cara e a coragem” de investir em matéria-prima e no trabalho de maior magnitude para vender nas cataratas. “A gente passou até algumas noites de perder o sono, que a gente pensou ‘vamos ou não vamos?’, e de repente a gente resolveu: ‘vamos fazer'”, relata Maria Noemi.
Hoje, sete artesãs do município trabalham neste projeto, com produtos artesanais diferenciados. E a proposta é aumentar ainda mais. “Temos a Associação de Artesãos aqui em Capanema, que tem mais de 50 pessoas, e todas são incentivadas a participar, a levar produtos diferentes para o projeto”, conta Cleonice Harter, gerente da Casa do Artesão, a loja que centraliza a produção e serve de sede para a associação.
Maria Noemi, que produz caixinhas de MDF artesanais para guardar potinhos de melado e açúcar mascavo produzidos no município, reforça: “Para mim, esse projeto está sendo muito importante! Artesanato é uma coisa que eu gostei sempre, desde a infância. Trabalhei 42 anos dentro de sala de aula e, quando saí, já tinha o objetivo de trabalhar no artesanato, e eu fiz muitas coisas até agora, mas onde eu me encontrei mesmo foi nesse projeto da Terra do Melado, que está dando muito certo”.
Para garantir a produção, dona Noemi escalou até o marido, seu Enir, também aposentado, para trabalhar com o artesanato, principalmente na parte de lixar as peças de MDF, transformando o trabalho artesanal em uma atividade de casal.
Elisabeth, que produz o kit engradado – um pequeno engradado de madeira com um pote de melado e duas garrafinhas de cachaça orgânica, originária de Capanema – acrescenta: “Capanema tem a Feira do Melado, que é a nossa marca e já leva nosso produto para todo Brasil e o exterior, porque recebemos visitantes de muitos lugares e eles levam os produtos e divulgam. E agora, com esse incentivo, conseguimos levar também para Foz do Iguaçu, onde eles revendem pra turistas de todas as partes do mundo”.
A artesã ainda conta com o retorno financeiro que o Capanema Terra do Melado deve trazer e espera que  seja maior do que o da prática de artesanato que fez até então. “A renda do artesanato nunca foi muita coisa, mas talvez agora mude, talvez esse projeto seja o nosso maior incentivo, porque as outras coisas não eram muito. Meu esposo até me cobrava se eu não ia fazer um caderninho pra ter um controle das minhas vendas, mas era pouco, nem precisava. Agora, com esse projeto sim, vamos fazer um livro caixa e tudo mais, porque é um volume muito grande, o custo é alto, então esperamos que o nosso ganho seja alto também.”
Para ela, e para muitos outros artesãos que estão investindo esforços e recursos nessa aposta, “Capanema Terra do Melado veio pra ficar, e também pra dar uma explosão nos produtos e levar o nome de Capanema para todos os lugares do Brasil e exterior”.

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Associação de Artesãos

Quando Elisabeth e Maria Noemi entraram no mundo do artesanato, há cerca de dez anos, a produção era um tanto quanto negligenciada. Não havia muito apoio ou investimento. Mas ainda por volta dessa época nasceu a Associação de Artesãos de Capanema, uma maneira de organizar e dar atenção aos munícipes que trabalham com esse tipo de arte.
Segundo Cleonice Harter, no início esse grupo não tinha uma sede, nem um espaço dedicado para sua comercialização. No entanto, em 2009, a administração deu apoio e foi inaugurada à Casa do Artesão – da qual Cleonice é gerente.
Com esse espaço, a associação tem sua sede e um lugar para vender seus produtos variados. Além disso, os artesãos passaram a receber cursos de especialização. Com isso, hoje o grupo possui mais de 50 membros.
A Casa do Artesão fica no Centro de Capanema, na Avenida Brasil, número 145. O telefone para contato é 3552-1748 e a loja também tem uma página no Facebook.

 

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