Uma forte chuva de granizo atingiu os municípios de Francisco Beltrão, Marmeleiro e Renascença na tarde de ontem, por volta das 15 horas. Pedras do tamanho de uma laranja caíram danificando a cobertura de casas e prédios. Em Marmeleiro, o levantamento preliminar da Coordenadoria Regional da Defesa Civil indica que foram danificadas de 1.800 a 2.000 casas, atingindo 4.000 pessoas. O “bombardeio” durou de 10 a 15 minutos e os bairros mais castigados foram Centro e Jardim Bandeira.
O aposentado Ari Muller disse que levou um susto quando as pedras começaram a cair. Ele estava sozinho e na sua residência mais de 40 folhas de amianto precisaram ser trocadas. “Chuva foi pouco, o pior são as pedras”, comenta.
Aulas suspensas
O secretário municipal de Educação, Vandré Signori, disse que todas as escolas da cidade sofreram algum dano. “Os alunos foram dispensados e as aulas suspensas nesta quarta-feira. Ainda não temos como quantificar os prejuízos, mas a maioria dos prédios públicos, inclusive o departamento de Educação, teve telhas quebradas com a força do granizo.” A rede municipal tem cerca de 1.300 alunos, incluindo as crianças dos centros de educação infantil.
Na Escola Estadual Telmo Otávio Müller todo o telhado ficou perfurado. Em alguns pontos a força das pedras foi tão intensa que ultrapassou o forro de PVC. O diretor Ivanir Buratto conta que no momento do granizo ocorria uma atividade na escola com envolvimento da comunidade, porém ninguém ficou ferido. “Pena que o Estado recém tinha feito uma reforma, trocado a cobertura, com calhas novas e agora estragou tudo de novo.”
Bombeiro nunca viu pedra assim
O bombeiro aposentado Paulo da Luz, 67 anos, muitas vezes ajudou famílias em situação de emergência como as de ontem, porém, ele afirma, que jamais viu pedras de granizo daquele tamanho. “Dentro de casa não aconteceu muita coisa, aqui na área e na cozinha é que furaram algumas telhas e molhou alguns móveis”, disse, segurando uma das pedras que guardou no congelador para mostrar.
O funcionário público municipal, João Carlos Cordeiro da Silva, 48, estava desolado. Não conseguia conter as lágrimas depois de sair às pressas do trabalho e encontrar a cobertura da sua casa danificada. “Nem sei como vou fazer agora”. Dentro da casa molharam roupas e móveis. A família também tem um bar na cidade que teve prejuízos.
Sargento Marcos Gross, do Corpo de Bombeiros, disse que foram distribuídas 29 bobinas de lona com 400 m² cada uma. Moradores de Marmeleiro e Renascença tiveram que vir comprar no comércio de Beltrão telhas, lonas e materiais para efetuar reparos. Em Francisco Beltrão, a corporação atendeu dois chamados na Linha Volpato. Em Renascença muitos prejuízos, principalmente no Colégio Estadual de Renascença.
O prefeito Luis Bandeira mobilizou toda sua equipe para atender as famílias atingidas. Ele falou que vai definir na manhã desta quarta-feira se irá decretar estado de emergência. “Sabemos que o estrago foi grande, mas ainda não da pra quantificar.”
