Regional

A paralisação dos caminhoneiros já está provocando falta de produtos nos supermercados da região. A greve começou na segunda-feira e a cada dia vem ganhando mais adesão. A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) divulgou uma nota dizendo que considera legítimo o direito de manifestação da categoria profissional dos caminhoneiros contra os constantes aumentos nos preços dos combustíveis e se solidariza com a classe. Contudo, está preocupada com as consequências dos bloqueios nas rodovias para o abastecimento de gêneros básicos, notadamente o de alimentos perecíveis, tais como frutas, legumes, verduras, carne in natura e demais categorias de produtos resfriados, como laticínios.
“Mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população, empresas filiadas à Apras reportaram que já começam a ter seus estoques de produtos comprometidos.
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Neste sentido, a Apras, em sintonia com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), alerta às autoridades do Paraná e do Brasil para que negociem o mais rápido possível com os manifestantes a adoção de providências de curto prazo que permitam a circulação de veículos de cargas perecíveis.”
Em Francisco Beltrão, os supermercados também estão sentindo os efeitos da greve. Edy Dal Berto, diretor do grupo Itálo, informou que caminhões que abastecem as lojas com produtos hortifrúti estão parados desde segunda-feira em bloqueios com os produtos apodrecendo. A perspectiva é de que a carne bovina seja suficiente para até domingo nas lojas da região.
Não têm mais carne suína
Everton Crestani, gerente do Super Vipi, também manifestou sua preocupação. De acordo com ele, alguns itens do setor de hortifruti estão escassos e com uma qualidade um pouco inferior. O mesmo acontece com setores de panificados e de carnes. “Carne suína nós não temos mais. Carne Bovina ainda estamos conseguindo com fornecedores locais, mas em menor quantidade. Como a confeitaria é terceirizada não tivemos entrega esta semana. Todos os produtos de reposição rápida, oriundos de atacadistas e Ceasa, está comprometida.”
Segundo ele, para os demais produtos de prateleira, aqueles enlatados, empacotados, há boa quantidade no estoque. Se continuar a greve, na semana que vem começam a faltar também itens do setor de frios, como iogurtes, fatiados, laticínios em geral. O estabelecimento também vende gás de cozinha, mas informa que não há mais.
Vai faltar pãozinho
No supermercado Mano Manfroi, a gerente Luciani Perdoncini, informou que já acabaram os tomates, abobrinhas, batata salsa, repolho e cebola miúda. Além disso, a panificadora está ficando sem gás o que afetará a produção de pães. São vendidos entre 4.500 e 5.000 pãezinhos franceses por dia. O setor de carnes está bem abastecido até o domingo. “Também percebemos as pessoas enchendo o carrinho para se precaver. Uma senhora hoje (ontem) pela manhã levou oito pães caseiros e queira mais 80 pães franceses.
Os restaurantes também começam levar mais do que o normal. Há uma certa preocupação das pessoas, mas esperamos que tudo se resolva até a semana que vem.”