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Francisco Beltrão
quinta-feira, 05 de junho de 2025

Edição 8.219

05/06/2025

Comitivas de sudoestinos prestigiam visita do papa ao Paraguai

Três ônibus saíram sexta-feira com destino a Caacupé, onde foi celebrada missa do sumo pontífice da Igreja Católica.

 

Momento em que o papa Francisco estava chegando, de Papamóvel,
à Basílica do Santuário de Nossa Senhora de Caacupé (padroeira do Paraguai), sábado.

Pela quarta vez tive essa graça e oportunidade de ver um papa. Consegui ver os papas João Paulo 2º, no Centro Cívico, em Curitiba; Bento 16, em São Paulo, no Pacaembu e no Campo de Marte; papa Francisco, em Aparecida (SP); e neste mês de julho novamente consegui vê-lo, dia 11, em Caacupé, capital da espiritualidade do Paraguai.

Uma caravana de três ônibus, com aproximadamente 120 pessoas, entre crianças, jovens, adultos e alguns idosos que partiram de Pato Branco, Marmeleiro. Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Salgado Filho para Caacupé (em guarani: erva atrás dos montes).

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Ônibus ficaram longe 
Percorremos 625 quilômetros e a viagem durou 13 horas de ida. Ficamos praticamente o dia todo em pé. Os ônibus ficaram cinco quilômetros de distância do local da missa. Andamos mais de dois quilômetro a pé até pegarmos um ônibus metropolitano que fazia aquela rota. Na volta, fizemos praticamente a mesma caminhada, sob o sol, já cansados. Chegamos a Beltrão lá pelas 3 horas da madrugada de domingo, 12.
O papa Francisco percorreu, de um local chamado Cruz Pelegrino, cerca de dez quilômetros com o Papa Móvel até chegar à Basílica de Nossa Senhora de Caacupé, onde foi rezada a missa. 
Todo o trajeto estava tomado de fiéis em ambos os lados da calçada. Cerca de dois mil servidores fizeram o cordão de isolamento humano, a maioria eram jovens. O trajeto também estava cercado por grades de proteção e guardas municipais e do Exército estavam nas ruas para garantir a segurança do evento. Deu para sentir que o papa Francisco estava bem protegido. 

Tobati – Caacupé. Depois de 
2,5 km, conseguimos este ônibus até o local da missa.

 

Caravanas de outros países
O Papa Móvel que conduziu o Sumo Pontífice passou muito rápido e Francisco não deu muitos acenos para a multidão, que aguardava desde as primeiras horas do dia, espremida como sardinhas. As pessoas ficaram  um pouco decepcionadas. Mas muitos comentaram que assim mesmo valeu o sacrifício de vir até aqui – comentários do pessoal do Norte do Paraná.
Fizeram-se presente muitos argentinos com suas bandeiras, além de bolivianos, peruanos e milhares de brasileiros e paraguaios. Foram poucos que conseguiram ver o papa de perto, alguns telões estavam com imagens não muito nítidas, mas o importante foi estar presente, apesar que o espanhol falado era muito rápido e difícil de entender.

Grupo de sudoestinos em frente
 ao Santuário da Basílica de Caacupé.

 

Destaque para as mulheres

 

Religiosa fazendo suas preces.

O papa, em sua homilia, elogiou as mulheres paraguaias, lembrando principalmente daquelas que tiveram de criar os seus filhos sozinhas após a guerra entre Paraguai-Brasil-Argentina, no século 19, que dizimou parte da população masculina paraguaia.
Francisco iniciou sua saudação e leu por alguns minutos mensagens em guarani, a língua-mãe do Paraguai. A missa terminou às 12h30, horário deles, em hora do Brasil: 13h30. Houve a comunhão para os fiéis. 
Na hora da saída, uma multidão ficou esperando o papa, que acenou para as pessoas. Já dentro do carro oficial, com sua mão direita, chamou uma mãe que estava próxima e colocou a mão na cabeça da criança, ainda de colo.

Mais missas em Assunção
A caravana papal partiu para a capital Assunção. Domingo, o Sumo Pontífice celebrou duas missas no Parque Ñ Guazú, num altar de 20 metros de altura e 60 metros decorado com milho e coco, construído por pequenos agricultores. Mais de 1 milhão de fiéis participaram das missas.
A Basílica de Nossa Senhora de Caacupé é um dos maiores santuários do mundo. Dia 8 de dezembro é sempre comemorado com peregrinação de milhares de fiéis. A cidade foi fundada em 1600 que fica a 54 quilômetros da capital.
Mouri Beltrame da Silva, coordenadora da Catequese na Paróquia São Pedro, em Pato Branco, viu pela primeira vez um papa, sem ser pelos meios de comunicação. “Por isso eu fiz muito sacrifício de vir até ali, até onde o ônibus nosso ficou, nós tivemos que andar sete quilômetros a pé para chegar até o local onde ia acontecer a missa, porque o estacionamento dos ônibus ficou muito longe. Nós andamos sete quilômetros de madrugada (em Caacupé), para depois chegar até o local da missa. Graças a Deus, eu fiquei bem pertinho da cerca, consegui ver ele de pertinho, menos de um metro, eu acho isso vai ficar marcado para o resto da minha vida, estar lá, estar presente neste momento”, conta. *Colaboração de Flávio Pedron.

Grupo de Pato Branco, Marmeleiro, Beltrão, Dois Vizinhos e Salgado Filho.

 

Católicos falam da experiência de ver o papa de perto

 Várias pessoas da região que foram ao Paraguai destacaram a visita do papa Francisco ao país guarani e a emoção de vê-lo de tão perto. Apesar do cansaço da viagem de 13 horas e da caminhada que tiveram de fazer em Caacupé, as pessoas gostaram da viagem.

Frei Olivo Marafon, pároco da Paróquia Santo Pedro Apóstolo, de Pato Branco, considerou importante a fala do papa sobre Nossa Senhora. “Ele falou da figura de Nossa Senhora, que é ainda o modelo de santidade, modelo de vida, o modelo de mulher batalhadora, de um ser humano vencedor das adversidades que a vida apresenta. Participar de um evento dessa natureza tem vários aspectos, todos eles positivos. Primeiro, tem que ter uma superação muito grande, uma disponibilidade para o que der e vier, o desconforto de várias coisas, mas isso é tudo superado pela alegria de você encontrar tanta gente. 
Por exemplo, eu coloquei o hábito franciscano e imediatamente tanta gente pediu a bênção, mostrou a foto de filhos argentinos, paraguaios e brasileiros, especialmente esses primeiro são os argentinos, que se achegam ao sacerdote pelo fato de eu estar com o hábito franciscano, então esse é um aspecto. Outro é de você ter convivência com outros povos. Nós estávamos até comentando no ônibus, como a proximidade das pessoas se faz pelo objetivo comum, de estar ali com uma celebração do papa e a confraternização de todos os povos, depois poder ver o papa de perto. Nós vimos ele três metros de distância, quando ele passou no Papa Móvel, na rua, isso é, você abanar e ter essa certeza o retorno do olhar, sorriso o cumprimento do papa para você. Claro que ele está fazendo para todo mundo, mas você pode enxergar ele nos olhos e ele também, então isso é incontável e é o que mais grava na gente.” 

Márcio Castilho dos Santos, professor em Salgado Filho.
“O que eu ouvi o papa falando dos movimentos sociais é o seguinte: que a América Latina tem um despertar diferente dos outros países, de outras regiões, e que nós precisamos resgatar muito as nossas origens, que muitas vezes foi se deixando, perdendo, pelo egocentrismo, pelo eurocentrismo e deixou-se levar por essas questões e, por consequência, hoje nós vemos que a igreja, de certa forma, está perdendo essa referência. 
Então, o papa Francisco, os movimentos, eles fazem com que a gente volte a resgatar esse nosso jeito de ser igreja pé no chão, de ser igreja que visa além do aspecto espiritual, mas também um aspecto social no sentido de influenciar na sociedade, de estar trazendo, ao ser cristão, profetismo de novo, que leva sim a palavra, mas uma ação concreta, compromissada com as causas sociais. Esse encontro que ele teve com os movimentos sociais vem para esse novo vigor missionário, movimentos sociais e para as pastorais sociais.” 
 
Mouri Beltrame da Silva, coordenadora da Catequese da Paróquia São Pedro, de Pato Branco. 
“O que eu levo foi a grande multidão de pessoas e para isso nos lembra da nossa igreja, o valor e a unidade de estar todo mundo junto, ali tinha argentinos, paraguaios, brasileiros e foi o conjunto de tudo isso, de milhões de pessoas. Quer dizer, a força que o papa passa para nós todos católicos. Então, para mim, o que eu levo foi essa dimensão de todo mundo estar ali com o mesmo objetivo de estar perto dele. 
Eu acho que eu levo de positivo é o carisma que ele tem, o acolhimento e por onde ele passou, passando rápido no meio de nós, fiéis, mas sempre com sorriso abençoando todo povo, a alegria dele de estar no meio desse povo e a comoção que ele teve quando chegou lá de ver tanta gente junto.”

Domingos Rafagnin, ministro auxiliar da Eucaristia da Paróquia São José, em Francisco Beltrão.
“Foi positiva a viagem, bom porque o que chama a atenção no papa é que ele sai do Vaticano e vai ao encontro do povo, que é o que ele está pregando, que a igreja tem que ser mais aberta e ir ao encontro do povo. E lá onde ele foi celebrar esta missa é um local de povo humilde. Pra mim foi bom, também, porque era um desejo de ver pessoalmente o papa bem próximo, e não só pela televisão. A gente teve a oportunidade de ver ele bem próximo, na passagem do Papamóvel.” 

Nadir Leal Miserski, José Maria C. Silva (liturgia), frei Olivo Marafon, pároco da Matriz São Pedro de Pato Branco, Domingos e Lena Rafagnin, de Francisco Beltraõ.

 

 

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