
para atender uma cidade de 1 milhão de habitantes.
Depois de quase um ano e meio de obras paradas, o Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu (Cebi) anunciou que a construção da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu finalmente recomeçou na sexta-feira, 20.
A usina ? em processo de construção entre Capanema e Capitão Leônidas Marques ? conta com uma estrutura enorme, espaço para abrigar cerca de 1.500 trabalhadores, potencial para contratar 3 mil pessoas e capacidade prevista de produzir 350,2 megawatts de energia ? o suficiente para atender uma cidade de 1 milhão de habitantes ? e teve sua obra suspensa ainda em 2014, por uma liminar do Tribunal Regional Federal (TRF).
Hoje, com todas as exigências atendidas, as obras foram retomadas e a equipe já trabalha para elaborar um novo cronograma e para divulgar o prazo para encerramento da obra.
Contratações e retorno financeiro
Em nota, o consórcio afirmou que, ?no pico da obra, cerca de 3 mil trabalhadores atuarão diretamente na construção da usina, gerando emprego e renda para região. A expectativa é de que aproximadamente 80% desses profissionais sejam dos municípios vizinhos ao empreendimento?.
A prefeita de Capanema, Lindamir Denardin (PSDB), reforça que, assim que foi anunciada a volta das obras, ?eles pediram já a indicação imediata de 40 nomes. Depois eles vão fazer contratos sucessivos até contratar três mil pessoas. Hoje (ontem) já tinha uma grande fila na Agência dos Trabalhadores aqui, de pessoas levando seus currículos?.
Para ela, todas essas contratações e os impostos da usina vão dar um grande retorno financeiro para o município e para toda a região em vários setores, desde o comércio até a gestão pública. ?A gente sabe que quando as obras terminam, podem ficar problemas nos municípios, mas para resolver isso é só se organizar, porque o retorno vai ser muito grande?, completa a prefeita.
De acordo com o consórcio, o retorno financeiro direto para os municípios será na ordem de R$ 7 milhões em impostos por ano e pela utilização dos recursos hídricos, destinado aos municípios de Capanema, Capitão Leônidas Marques, Planalto, Realeza e Nova Prata do Iguaçu.
Motivações do atraso
Segundo informações do Consórcio Baixo Iguaçu (formado pelas empresas Geração Céu Azul SA, pertencente ao Grupo Neoenergia SA, e Copel Geração e Transmissão SA), as obras demoraram tanto para serem retomadas por causa de necessidades de adequação na obra.
Depois da liminar do TRF e outros empecilhos judiciais e ambientais, a obra teve de atender diversas condicionantes para voltar à ativa. Assim, hoje, o consórcio possui 32 programas socioambientais para reduzir os danos de uma obra tão grande.
Além disso, o grupo passou um grande planejamento, com um cuidado extra para poder retomar as obras com garantia de que ela vai poder ser encerrada sem novos problemas judiciais. ?O consórcio reafirma que todos os esforços foram realizados de forma a garantir que esta retomada ocorresse em condições adequadas e com o compromisso de respeito, segurança e continuidade do empreendimento?, afirmam, em nota.
Alagamento da região da usina
A Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu é uma usina de tipo ?fio d?água?, que não dispõe de reservatórios e reduze as áreas de alagamento. Por isso, o número de famílias a serem deslocadas pela obra vai ser menor do que o de usinas normais.
Na área pertencente ao município de Capanema, a prefeita Lindamir comenta que serão deslocadas cerca de 90 famílias, de um total de mais ou menos 400 em toda a região. Segundo ela, algumas pessoas já receberam ressarcimento quando a obra iniciou. Com a retomada da construção, as demais devem começar a ser ressarcidas nos próximos dias.