Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que no primeiro trimestre de 2015 o município de Pato Branco gerou 859 empregos com carteira assinada, sendo que deste total, 471 contratações ocorreram apenas em março.
Os números apontam Pato Branco como líder na região Sudoeste na geração de empregos, ocupando inclusive a 7ª colocação entre as cidades do Estado que mais preencheram vagas de trabalho no período
Na contramão da crise, o setor com maior número de contratações é o da construção civil, responsável pela geração de 325 empregos formais no primeiro trimestre deste ano, 166 somente em março. Um comparativo entre as informações do Caged mostram que em março de 2014 os números do setor eram bem mais desanimadores, com saldo negativo de 27 vagas e um acumulado de apenas 80 contratações no trimestre.
O que se observa, na área central de Pato Branco, é o elevado número de grandes obras em andamento, com pelo menos 15 edifícios em construção.
“Realmente o mercado está absorvendo mais profissionais do que demitindo. É o nosso caso, a gente contratou mais do que dispensou nos últimos meses. Estamos com 45 funcionários em duas obras”, comenta o engenheiro e sócio da Construtora Palanger, Clóvis Padoan Filho.
Embora muitas das contratações ocorram no contato direto entre empregador e empregado, a Agência do Trabalhador de Pato Branco vem registrando em média a abertura de 40 vagas para o setor mensalmente. “Em abril ofertamos 40 vagas para carpinteiro, pedreiro e servente de pedreiro, 32 delas já foram preenchidas e as outras estão em processo de seleção. Nossa maior dificuldade é preencher as vagas para carpinteiro”, comenta Fernanda Bonatto, responsável pela captação de vagas na Agência do Trabalhador.
Faltam profissionais qualificados
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracon), Leandro de Freitas, em conversas com trabalhadores e empresários do setor não se fala em desaquecimento do mercado. “Em janeiro, fevereiro e março tivemos meses de bastante contratações. O que a gente percebe no contato com as empresas é uma falta de mão de obra, principalmente mão de obra qualificada como carpinteiros e pedreiros profissionais”, destaca Leandro.
As construtoras também citam esta dificuldade em encontrar profissionais qualificados. “Temos vagas em aberto para profissionais bem qualificados para serviços de acabamento, principalmente revestimento cerâmico”, comenta o sócio da Construtora Palanger.
Grande rotatividade
O presidente do Sintracon destaca que apesar do piso para a categoria no Sudoeste ser um dos melhores no Paraná, a procura por profissionais tem inflacionado o mercado e gerado grande rotatividade. “O mercado da construção civil vem apresentando cada dia mais rotatividade. As empresas não conseguem manter as equipes, pois há muita disputa em questão de salários. A procura por pessoal é tão grande que com frequência encontramos trabalhadores de outras regiões como Cascavel e até mesmo do Rio de Janeiro”, ressalta.
Entre os meses de janeiro, fevereiro e março houveram 694 admissões e 369 demissões no setor.