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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Corredor Sudoeste: audiências públicas de apresentação do projeto adiadas para dezembro

Segunda-feira, 24, a Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Sudoeste do Paraná (Cacispar) discutiu, em sua reunião mensal, as audiências públicas sobre o projeto Corredor Sudoeste PR 280. Os encontros serão promovidos em dezembro em Francisco Beltrão e Pato Branco pelo Departamento de Estadas de Rodagem (DER-PR) e pelas empresas do Corredor Sudoeste, que estão levantando diversas informações para a realização das melhorias. 
O presidente da Cacispar, Jair dos Santos, disse que as lideranças estão preocupadas com a falta de informações sobre o projeto e de mais diálogo com as entidades da região. “O que nos faltam hoje de fato são informações, que a gente possa discutir, isso está deixando todo mundo com um pé atrás.”
De acordo com ele, o Governo do Estado, por parte do DER, não está passando informações que foram prometidas para as entidades. “Inclusive na última reunião que tivemos de apresentação por parte do DER, ficou encaminhado esse projeto pra que fosse amplamente discutido pela comunidade, então nós, mais uma vez trouxemos o tema à tona na reunião, pra que seja discutido, pra que haja um consenso regional, pra que as pessoas exponham as suas opiniões e que questione todo mundo pra gente saber realmente o que é bom pra nossa região.” 
Na opinião dele, precisa existir mais transparência. “Até agora está bastante escondido, está muito camuflada a situação e nós queremos o melhor pra nossa região.” Jair relatou que vai manter contato com lideranças políticas do Estado para buscar clareza no projeto e posicionamento transparente para a população do Sudoeste sobre a privatização das rodovias. Ele afirmou, ainda, que é importante todos os interessados acompanharem as audiências públicas. “Todo mundo tem o direito de ir, é um direito do cidadão, do empresário, de todas as pessoas que estão envolvidas no processo e que residem na nossa região do Sudoeste do Paraná.”

Jair dos Santos: convocação à sociedade.

Para Luiz Carlos Peretti, presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Paraná, há uma consciência coletiva na região de que as rodovias precisam ser melhoradas. “Precisamos melhorar nossa infraestrutura do Sudoeste, não podemos continuar da forma que está aí, porque nós temos um custo inserido muito alto em função da qualidade das estradas, acidentes, manutenção elevada, consumo elevado de combustíveis e assim por diante, nós temos também que ter uma realidade dentro do que torna a região competitiva.” 

Segundo ele, o Governo do Estado ainda está debatendo a questão dos preços do pedágio e isso deverá ser apresentado nas audiências públicas. “Daí a região vai avaliar essa proposta, pra ver se aprova ou não essa concessão.” Peretti observou que a região espera que o Governo apresente um preço acessível do pedágio. “O ideal seria uma redução de um ou dois pedágios (praças), de seis trazer pra quatro, mas tudo isso vai ser discutido nessa audiência pública e a comunidade presente que vai estar dizendo sim ou não. Em função dos questionamentos e uma série de detalhes, que tem outras reivindicações, que o governo voltou a reestudar as propostas junto com as empresas que estão fazendo a concessão.”

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Luiz Peretti: proposta de menos praças de pedágio

O projeto oficial deve ser finalizado pelo DER até a próxima semana. A partir daí será levado ao Conselho Gestor do Governo para agendamento de duas audiências públicas, que deverão ser feitas nos dias 8 e 9 de dezembro, uma em Francisco Beltrão e outra em Pato Branco. Nestas reuniões será possível tirar dúvidas e apresentar sugestões para os estudos.

Empresas da região também poderão investir no projeto. O modelo de concessão que está em estudo pode ser o primeiro do País chamado de Corredor de Médio Porte (CMP). A modalidade, ainda nova no Brasil, após apresentação de estudos por parte de um grupo de empresas paranaenses que se uniram em consórcio. Ao todo, mais de 50 profissionais das áreas pública e privada foram envolvidos nesse trabalho. O projeto prevê investimentos na ordem de R$ 3,3 bilhões para melhorar as condições de tráfego ao longo de 285 quilômetros de estradas entre os municípios de Realeza e General Carneiro. O projeto foi batizado de CMP 280. Para mapear as necessidades do corredor rodoviário foi utilizado tecnologia de ponta, com escaneamento a laser de 100% do pavimento para identificar todos os problemas da rodovia, sendo assim possível projetar soluções de engenharia de alta performance e otimizadas na relação custo benefício. Essa tecnologia, associada aos registros de tráfego de veículos ao longo do trecho, foi decisiva para a equipe técnica assegurar que não há a necessidade de se duplicar o CMP 280.

 

Aumento de 40% na capacidade de tráfego

Pela proposta do DER, serão acrescidos 1,4 milhão de metros quadrados na rodovia, o que garantirá um aumento de aproximadamente 40% em sua capacidade de tráfego. Isso porque o projeto prevê a construção de 170 quilômetros de terceira faixa, duas novas pontes, construção do contorno viário de Marmeleiro, duplicação da travessia urbana de Realeza, implantação   vias marginais em Francisco Beltrão e Pato Branco, construção e remodelação de 17 trevos, construção de oito trevos com viadutos, reforço e alargamento das oito pontes existentes atualmente e instalação de 107 pontos de ônibus ao longo de todo o corredor.
 O CMP 280 corta 13 municípios da região Sudoeste: Realeza, Marmelândia, Ampere, Santa Isabel do Oeste, Francisco Beltrão, Marmeleiro, Renascença, Vitorino, Pato Branco, Mariópolis, Clevelândia, Palmas e General Carneiro. Além das obras previstas no projeto e da melhoria do tráfego ao longo de todo o trecho rodoviário, esses municípios serão diretamente beneficiados com um acréscimo de R$ 250 milhões em suas receitas ao longo dos próximos 25 anos, período proposto para a concessão, relativos ao ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) que o CMP vai gerar.
 O projeto prevê, ainda, a oferta e manutenção de serviços para garantir a segurança e o conforto dos usuários da rodovia, com a construção de um Centro de Controle de Operações (CCO) e de quatro unidades do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU); monitoramento de 100% do tráfego por circuito fechado de TV e com sistema de radiocomunicação; oferta de resgate mecânico, com guinchos leves e pesados, e de socorro médico, com ambulâncias; e instalação de 28 fiscalizadores de velocidade, painéis de mensagem veicular e um posto de pesagem veicular.

 

 

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