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terça-feira, 03 de junho de 2025

Edição 8.217

03/06/2025

Das 215 indústrias de confecções da região, apenas 50 continuam trabalhando

No Sudoeste, o Sinvespar tem 215 indústrias vinculadas.

Das 215 indústrias vinculadas ao Sindicato das Indústrias do Vestuário do Sudoeste do Paraná (Sinvespar) apenas 50 seguem em produção, segundo estima a secretária da entidade, Solange Stein. O impacto direto é no número de funcionários, que agora são menos da metade dos 7.598 ativos antes da pandemia e que trabalham na produção de Equipamentos de Produção Individual (EPI) para a Saúde.

“O que temos é em torno de 40, 45 indústrias que estão produzindo material para Saúde ou materiais que serão usados no combate ao coronavírus. Eles não são apenas destinados à saúde pública, mas também à inciativa privada, e isso tem dado condições para 2,5 mil a 3 mil funcionários trabalharem”, avalia Solange.

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Moda verão vai atrasar
As mudanças começaram a ser sentidas no dia 20 de março, quando chegaram os primeiros pedidos de EPI às industrias, vindos da rede privada e prefeituras. Em períodos normais, as fábricas começariam nesse período a terminar a distribuição de roupas da moda inverno e começariam a moda verão, mas não foi o que aconteceu. Em algumas fábricas, segundo Solange, ainda há montes de peças da coleção inverno e não se sabe quando começará a produção para moda verão.

Outro problema é a falta de matérias-primas e de máquinas overlock, usadas para fazer os acabamentos. “A produção deve dar 12 milhões de produtos para saúde, mas estamos com problema seríssimo de matéria-prima. TNT está bem difícil. Para a produção de máscaras tem uma empresa no Paraná que está fornecendo, mas indústrias que começaram depois do dia 20 de março só terão entregas a partir do dia 28 de abril.

O TNT do jaleco está vindo do Rio Grande do Sul. Mas também estão faltando máquinas do modelo overlock. Tentamos fazer empréstimo para encaminhar para uma indústria”, aponta Solange, que quando questionada sobre quantas máquinas foram solicitadas, disse: “a gente diz pra mandarem o que tiver”.

No setor de confecções o receio dos trabalhadores é perder o emprego.

 

Trabalhadores temem perder empregos
Ainda não há pesquisas que apontem qual será o impacto da paralisação das atividades produtivas na economia e na vida dos trabalhadores que sobrevivem do setor de confecções. Mas o cenário é temeroso.

A presidente do Sindicato dos Empregados nas Indústrias do Vestuário e Confecção em Geral de Francisco Beltrão e Região, Eloir Aparecida de Oliveira, diz que são várias as ligações recebidas de trabalhadores que já estão em necessidade ou que temem a demissão, as dívidas e o sustento da família. “Tem pai de família que já está passando necessidade”, comenta Eloir. “A pandemia pegou gente com dívida, outros já tinham pago as dívidas… na nossa área já sabemos que têm trabalhadores recebendo cesta básica. Eles ligam pra gente, pra gente ver um meio deles não serem prejudicados.”

Diálogo com as indústrias
O Sindicato, segundo Eloir, tem aberto diálogo com empresas e atendido os trabalhadores para informá-los sobre os direitos. Uma das bases usadas agora é a Medida Provisória 936/2020, publicada em edição extra do Diário Oficial da União no fim da noite de quarta-feira, 1º de abril. A medida autoriza que empregadores reduzam salários e jornadas de funcionários e também permite a suspensão temporária de contratos de trabalho. Ou seja, o empregado não trabalha e a empresa não paga salários. Nos dois casos, segundo o texto, o governo compensará parte das perdas.

Eloir diz que o sindicato trabalha para que nenhuma empresa negue esses direitos aos funcionários. Uma conta em que não entram trabalhadores informais, parcela que pode sofrer ainda mais na pandemia. 

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