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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Depois de perder duas filhas, família Moralatto ganha nova moradia por 6 meses

 

Ezequiel, pai das meninas, carrega a televisão
para a casa nova da família, no bairro Ipiranga.
No canto, a mãe Silvana desabafa sobre
a morte de Larissa – outra perda.

Depois de enterrar outra filha na manhã de ontem, vítima do incêndio que destruiu a residência em Marmeleiro no dia 2, o casal Ezequiel e Silvana Moralatto tenta recomeçar a vida, aos poucos. Graças ao apoio da Prefeitura, da Assistência Social, da APMI e de toda a comunidade, eles e as três filhas, Ana Carolina, 12 anos; Andressa, 11; e Vitória, 3, podem seguir em frente com uma nova moradia.

A casa foi entregue à família totalmente mobiliada e organizada. Inclusive, a limpeza, tanto interna quanto externa, teve apoio de funcionários da Prefeitura, amigos, familiares e inclusive da primeira-dama Marilene Rita Bandeira. Segundo ela, ainda na terça-feira, todos colocaram a mão na massa e ajeitaram a moradia nova da família Moralatto. “A casa está completamente montada, com bastante conforto e tudo que eles precisam para retomar a vida.”

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O prefeito Luiz Fernando Bandeira se solidarizou com a tragédia e afirmou que tudo foi feito para tentar salvar a pequena Larissa, de 5 anos. “Desde o transporte da criança que foi para Londrina, acionamos um avião do Governo do Estado. Ela teve todo o atendimento necessário, mas infelizmente tem coisas que nem a medicina dá a volta.”

Seis meses de aluguel e casa nova
Provisoriamente, a família irá morar em uma casa alugada, na Rua João Bednarski, bairro Ipiranga. Durante três meses, o aluguel social será pago pela APMI; os outros três serão bancados por um grupo de amigos. “Por esse tempo, o aluguel será garantido”, comentou a primeira-dama.

Devido às doações da população, a família está com a casa totalmente equipada. Sofá, televisão, mesa, cozinha, geladeira, cama, colchão, roupas, brinquedos e alimentos. Foram tantas manifestações de apoio que, conforme Marilene, “sobraram donativos, que serão encaminhados a outras famílias carentes do município”. A primeira-dama agradeceu o envolvimento de todos, bem como o empenho da Assistência Social na pessoa da diretora Suzana Felipe. E lamentou o ocorrido: “Foram oito dias apreensivos, atendendo de um modo ou de outro essa família, dando apoio, suporte, mas, infelizmente, a Larissa não conseguiu suportar”.

Além de Larissa, que faleceu após ser atendida no hospital especializado em queimados em Londrina, os pais perderam a filha caçula, de sete meses, que morreu na hora. “Acho que agora a mãe e o pai, com as três filhas, uma moradia, vão começar uma nova vida, apesar da dor.”

O prefeito, sensibilizado, também disse esperar que a família se recomponha e possa superar a tragédia. “Os pais das crianças têm que se preocupar com as três filhas que ficaram e nós vamos continuar dando o suporte a eles, para que possam tentar superar esses dias difíceis. Queremos que eles retomem a vida.”

 

A primeira-dama Marilene Rita Bandeira ajudou 
a família a limpar a casa e a organizar os donativos. 

 

Em poucos dias, duas perdas irreparáveis

“É sofrido, em oito dias, perder duas filhas.” Não havia perguntas a fazer para Silvana, mãe das cinco meninas que estavam com ela no momento do incêndio. De uma hora para outra, ela e o marido ficaram com a família menor, uma verdadeira tragédia, sem explicações concretas. 

Enquanto a mudança era carregada para dentro da nova moradia, Silvana sentou na calçada e desabafou. “Eu tinha confiança que ela fosse melhorar. Ela foi pra UTI e tinha dias que ela melhorava bem. Segunda (dia 7) fomos pra lá, eu, o Ezequiel e as crianças. Conversamos com ela.” Na terça-feira, dia 8, a mãe ficou um tempo sozinho com Larissa. “Falei pra ela: ‘mamãe tá aqui, melhora pra ir pra casa com nós'”. Silvana se emocionou muito ao lembrar que a filha abriu os olhos e derramou lágrimas. “Ela esperou eu sair do hospital para morrer. Ela queria me ver, passar um tempo comigo, porque ela entendia tudo que a gente falava. Ela queria minha presença, e depois faleceu.”

Mesmo diante de tanto sofrimento, a mãe mantém o discernimento para retomar a vida e cuidar das três filhas, que ainda precisam toda sua atenção. “Temos que seguir em frente, temos que criar as outras meninas e ter coragem e fé. Nunca vamos esquecer isso, jamais, mas vamos ter que erguer a cabeça, ter fé e seguir em frente.” (CS)

Da antiga casa, no bairro Perin, ficou a lembrança de
 um dia trágico: o incêndio que levou duas filhas do casal.

 

 

 

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