“Todos os municípios paranaenses aplicam em saúde muito mais do que a lei determina — 15% das receitas correntes brutas”, disse Marcel Micheletto, da AMP.

e Luiz Pontes (Cruzeiro do Iguaçu) e o vereador Fabrício Simonetto (Ampere).
Uma semana após o dia de protesto promovido por prefeituras de todas as regiões do Paraná contra a crise, que paralisou mais de 80% das 399 cidades paranaenses, a Associação dos Municípios do Paraná (AMP), sob o comando do prefeito de Assis Chateaubriand, Marcel Micheletto (PSDB), promoveu três reuniões importantes em Curitiba. Durante os dois dias de reuniões, os prefeitos estiveram com o deputado Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná.
Mais de 400 pessoas, entre prefeitos, secretários municipais de saúde e representantes do Governo do Estado, se reuniram para discutir os rumos da saúde frente à atual crise de financiamento do setor por parte do governo federal. “Se há 20 anos a União era responsável pelo financiamento de mais de 70% dos gastos com saúde em todo o país, hoje Estados e municípios são os que arcam com a maior parte desta despesa”, disse Micheletto.
Na conversa com o deputado Traiano, o parlamentar declarou apoio às reivindicações.
O Governo do Estado e as prefeituras investiram juntos, em 2014, cerca de 6,8 bilhões, o que representa 57,5% dos gastos no setor. Em contrapartida, a União, que concentra a maior fatia da arrecadação entre os entes federados, aplicou apenas R$ 2,4 bilhões, o equivalente a 42,5% de tudo que foi investido em saúde no Paraná ao longo do ano passado.
Segundo ele, todos os municípios paranaenses aplicam em saúde muito mais do que a lei determina – 15% das receitas correntes brutas. “Fica claro que precisamos de mais recursos para a saúde e este dinheiro tem que vir do governo federal. Estamos à beira de um colapso. Nossas obrigações só aumentam e não temos mais condições de arcar com tudo isso sozinhos”, concluiu Micheletto.
Durante o encontro, o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, apresentou aos gestores e deputados um panorama geral da situação financeira do setor no Paraná. Atualmente, apenas 30% do Paraná é beneficiado por essas políticas federais que aumentam a remuneração dos serviços de saúde credenciados. “Esta expansão significaria quase R$ 300 milhões a mais, por ano, para manter e qualificar o atendimento em hospitais e outras unidades de referência”, declarou Caputo Neto.
No gabinete da Presidência da Assembleia estiveram os prefeitos de Manfrinópolis, Claudio Gubertt (PP); Ampere, Hélio Alves (PDT); Cruzeiro do Iguaçu, Luiz Pontes (PMDB); Bom Sucesso do Sul, Celso Pilonetto (PSDB); além de Coronel Vivida, Frank Schiavini (PMDB); Bela Vista da Caroba, Dilso Storch (PSDB); Santa Izabel do Oeste, Moacir Fiamoncini (PSDB) e Bom Jesus do Sul, Cézar Bueno (PSDB); e o vereador de Ampere Fabrício Simonetto (PDT).