Produtores rurais, estudantes e profissionais ligados ao agronegócio participaram do Dia de Campo realizado pela Coopertradição, em Pato Branco, sobre a cultura do trigo. Tiago Rogério Baldras, da Fundação Pró-Trigo, disse que o mercado procura algumas características no trigo para atender as necessidades da indústria e do mercado consumidor, e são estas características que a pesquisa procura entregar nas novas variedades. Na visão de Tiago, antigamente as cultivares disponíveis não tinham um teto produtivo muito bom, e essa foi uma das razões que provocaram a redução da produtividade no Brasil. “Hoje os moinhos querem alta qualidade do grão para assegurar produtos de qualidade para o mercado consumidor”, afirmou o pesquisador. A qualidade da farinha é medida pela sua capacidade de produzir um produto final de alto padrão. Entre os principais componentes de uma farinha de boa qualidade verificam-se a umidade, as cinzas, a quantidade de glúten, o número de queda e a cor. Em regra, a “força” da farinha é sinônimo de qualidade, e sua presença ou ausência destina o produto para um fim específico na indústria da panificação. A força é associada com a proteína da farinha de trigo, determinada pela extensibilidade e resistência para extensão da massa, tempo de hidratação e resistência à ruptura durante a mistura mecânica. Estas características foram acentuadas nas novas variedades disponibilizadas pela Fundação Pró-Trigo. “Nós estamos apresentando materiais novos que foram exaustivamente testados e suprem perfeitamente estes requisitos da indústria.” Alguns materiais são de ciclo mais rápido, com maior resistência a doenças, e perfeitamente adaptados ao microclima regional. Para o agrônomo Sidarta Palma, da Coopertradição, cada ano é um desafio para a triticultura. “As variedades apresentadas foram selecionadas para a nossa região, são excelentes materiais e com certeza vão agradar o produtor de trigo tradicional do Sudoeste”, destacou Sidarta.