
Um dia de campo sobre feijão promovido pelo polo regional do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) de Pato Branco, com o apoio da unidade local da UTFPR e Emater. Esta capacitação teve como objetivo promover um debate sobre cultivares e manejo da cultura do feijão, com informações técnicas sobre cultivares, manejo de pragas, rotação de culturas e manejo de fertilidade. Pesquisadores das instituições parceiras falaram sobre as tendências do agronegócio a importância do feijão, principalmente agora, com a proibição da safrinha de soja.
Os doutores Alceu Luiz Assmann e Tangriane Assmann, que voltaram dos Estados Unidos recentemente, onde participaram de programas de pós-doutorado, abordaram no treinamento a rotação de culturas, manejo e fertilidade. Segundo dra. Tangriane, o feijão volta com força total. “Neste sentido temos que ter opções de escolha para que seja possível uma rotação adequada, fortalecendo a fertilidade do solo, reduzindo o uso de adubo e protegendo nossas lavouras de doenças”. É preciso utilizar a natureza a favor da produção, reduzindo o uso de adubo e agroquímicos, principalmente neste momento em que o dólar está nas alturas.
Rotação de cultura
“A gente defende uma adubação sistêmica, isto é, usa o milheto antes do feijão, potencializando o que esta cultura vai deixar no solo, para que o feijão utilize”. Na visão da pesquisadora é preciso aprender com o passado, “por mais que uma cultura esteja dando retorno econômico no curto prazo, o agronegócio precisa de pensamento no longo prazo, onde as monoculturas provocarão quem sabe até o comprometimento total de determinadas culturas, como a soja, por exemplo”. Tangriane disse que a proibição da safrinha é um avanço para o agronegócio, e embora ocorram perdas neste momento, o futuro provará que esta foi a medida mais acertada para os sojicultores.
Pesquisa lança variedades precoces, mais produtivas e resistentes ao Mosaico Dourado
O coordenador do polo regional do Iapar em Pato Branco, João Ari Will, destacou que a pesquisa está apresentando alternativas para ocupar o vazio da soja. O feijão é uma alternativa rentável, e o Iapar tem trabalhado muito no melhoramento genético do feijão, apresentando cultivares produtivas e resistentes à doença. “Neste ano internacional das leguminosas, o Iapar está chegando à cultivar de número 200, lançada no mercado, justamente uma nova variedade de feijão 10% mais produtiva”.
A pesquisadora do Iapar, Juliana Sawada Buratto apresentou no dia de campo variedades como o IPR Curió, que reduziu o ciclo em praticamente 20 dias, de 90 para 70 dias já é possível colher o Curió. “
É uma variedade precoce e resistente, com excelente produtividade, que permite ao produtor entregar este produto mais cedo no mercado, e com isso conseguindo também maior rentabilidade”, afirmou.
Existem ainda outras cultivares, como o “Inhambu”, com produção 10% maior que as outras existentes no mercado. Outro material que também está se destacando é o “Quero Quero”, com potencial produtivo de 4 mil quilos por hectare e excelente sanidade. ” Este ano vamos lançar a Cultivar IPR Celeiro pelo Iapar, um feijão com tolerância ao Mosaico Dourado, que preocupa o produtor aqui do Sudoeste, uma notícia que trazemos em primeira mão aqui no dia de campo em Pato Branco”.