Um grupo de 20 famílias reside há 30 anos no local.

Cerca de 20 famílias residem no local e não tem para onde ir se forem despejadas.
Foto: Betto Rossatti
O Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) notificou as 20 famílias que moram há cerca de 30 anos na área de faixa de domínio, às margens da BR 158, na Linha Alto Pinhal, em Coronel Vivida. As famílias ocuparam o local na época e foram ficando, conseguiram a instalação de energia elétrica e perfuraram um poço para abastecimento de água.
Neste mês as famílias foram surpreendidas pela notificação, segundo o morador Leandro Lopes. “A gente recebeu esta notificação dizendo que temos que sair até dia 12 de julho, mas não temos para onde ir e vamos ficar”, afirmou.
Juraci Batista mora com a filha e dois netos e se tiver que sair não tem para onde ir. “Eu vim morar aqui há 30 anos e criei meus filhos, hoje moro com a filha já criada e crio meus dois netos, não tenho para onde ir”, afirmou.
Marilei Xavier mora desde os 9 anos de idade numa casinha de compensado no local, seus pais morreram e ela permaneceu na casa onde hoje mora com dois filhos pequenos. Da mesma forma não tem para onde ir se for obrigada a deixar sua casa.
O advogado Jonas de Carli, que foi vereador no município, conhece o problema há anos. Ele argumenta que a solução passa pela questão social, mais que jurídico. “A solução aqui passa pelo campo social, porque juridicamente o Dnit tem razão em pedir para as famílias deixarem o local”, afirmou.
Posição da Prefeitura
O prefeito de Coronel Vivida Frank Schiavini (MDB), por sua assessoria, disse que conhece o problema e que estuda com sua equipe soluções possíveis.
Mas o município no momento não tem alternativas, dentro da lei, para realocar as famílias que moram na Linha Alto Pinhal. A notificação do Dnit não tem força de despejo forçado, mas é o primeiro passo para a ação de reintegração de posse que deverá vir na sequência.