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Aos 69 anos, aposentada, dona Lorena Valdameri é do grupo de risco para o coronavírus, mas ela garante que se cuida muito, sai de casa somente quando necessário. Não vai na igreja nem na Associação dos Artesãos (Asabel), mas nem por isso sua vida caiu em rotina, ao contrário, todos os dias são bem preenchidos. Deita depois das 22h, às 7h, da manhã, está de pé e logo inicia atividades que a envolvem o dia todo. “Vai fazer o que? Eu nunca gostei de sair de cá pra lá. Faço um chimarrão e fico ali com as minhas coisas. Faço o almoço e a cada instantinho venho ali (nos quadros), passa o tempo.” Em 2014, ela montou o primeiro quebra-cabeça. Depois do primeiro veio o segundo, o número de peças também foi aumentando, de duas mil passou para três, quatro, cinco mil. Agora está montando um quadro que tem mais de seis mil peças. Faz mais de mês que começou e não sabe se termina até o fim de julho. É demorado. As peças vêm misturadas, é preciso primeiro separar por cores, depois ir juntando uma por uma. “Tem dias que dá bem mais, mas tem dias que se achar duas pecinhas é bastante. Mas eu gosto.” Ela concorda que não é fácil ficar só dentro de casa. “Faço tricô, faço crochê, sou sócia da Asabel mas agora está tudo parado, não querem nem que eu vá lá. Ontem eu carpi lá fora (horta, jardim), não consigo ficar sem fazer nada.” Dedica bom tempo diário também para ler o Jornal de Beltrão. Qual assunto que mais gosta? “Todos, leio tudo.” Dona Lorena admite que, “se não tivesse alguma coisa pra fazer, ficaria louca”. Na montagem dos quadros ela se mantém muito tempo ocupada, depois presenteia os filhos e netos e também vende (pelo trabalho que dá, o preço é bem acessível, se alguém estiver interessado, pode ligar: 3523-2805). Já montou 19 quadros, um deles é de uma foto dos netos; agora está montando o vigésimo quadro. De uns quebra-cabeças ela comprou as peças, outros os filhos lhe deram. Dona Lorena é viúva de Etelvino Valdameri. Ela perdeu o marido, junto com o filho Wagner, num acidente de trânsito, dia 1º deste mês de junho fez 13 anos. Os outros filhos são Kátia (mãe da Edivânia, que mora com ela), Wagner e Welington. Reside na Cango.