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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Em 2020, frigoríficos brasileiros podem exportar 1 milhão de toneladas para a China

Em cinco meses foram exportados 383 mil toneladas para o país asiático.

Rebanho de suínos em granja do município de Eneas Marques.

Os problemas decorrentes do Covid-19 e o extermínio de milhares de animais devido à Peste Suína Clássica na China continuam tendo reflexos positivos para países produtores com o Brasil e os Estados Unidos. Agora, problemas de febre aftosa também estariam sendo observado nos rebanhos do País. Por isso, o volume de exportações de carne suína brasileira industrializada para a China cresceram entre janeiro e abril deste ano.

Conforme o site Suinocultura Industrial, entre janeiro a maio, as exportações de carne suína chegaram a 383,2 mil toneladas, volume 34% acima do efetivado nos cinco primeiros meses de 2019, com 285,9 mil toneladas. Já em receita, o saldo foi 54,8% maior, com US$ 878,3 milhões em 2020, contra US$ 567,5 milhões em 2019.

Jacir Dariva, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), relata que os relatórios de expansão dos negócios do Brasil com a China “são reais, as expectativas para este mês de junho é ainda maior de exportação, então a perspectiva do setor para a carne suína é nós chegarmos em torno de um milhão de toneladas esse ano, acho que vamos chegar sim a esse número e ainda bem que está acontecendo isso, se não o setor estaria numa situação muito difícil”.

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Problema persiste na Ásia
Jacir, que tem sua granja de suínos em Itapejara D’Oeste, comenta que “nós temos a vantagem de ter acontecido esse problema na China, principalmente e agora que está tomando conta novamente a questão da peste suína africana em todo o continente asiático. Na Europa ainda não saiu, agora temos casos de (febre) aftosa na China, então todos os ventos estão empurrando o Brasil para uma liderança na questão proteína de carne suína para o País asiático”.

O presidente da APS comenta que “é interessante porque lá eles consomem muito [carne suína], eles perderam muitos animais. Você pode ter a melhor estrutura do mundo que não é do dia pra a noite que um país, uma região, vai se recuperar como a peste fez lá na China. Se nós fizermos a relação valor de dólar por tonelada, houve uma diminuição, então baixou o valor por tonelada em dólares e agora com o dólar baixando, ainda vai dar um pouco mais certo, eu acho, a comercialização com o Brasil, porque as empresas faziam uma média entre o exportado e o que era colocado no mercado interno e pagavam os produtores”.

Apesar deste aumento nas exportações, Jacir avalia que os produtores brasileiros terão problemas de remuneração com a retração do dólar. “Acho que nós vamos sofrer mais uma pegada, agora, justamente pela baixa do dólar e os países pagando menos carne em dólar também.

 

Com a pandemia, produtor segurou a ampliação de matrizes

JdeB – As granjas de suínos do Paraná vinham ampliando a quantidade de matrizes nos últimos meses para a produção de mais leitões e suínos diante das boas perspectivas de exportações. Mas o presidente da APS, Jacir Dariva, ressaslta que “deu uma boa freada com a questão da pandemia (do novo coronavírus). As pessoas, as granjas e os empresários acabaram se retraindo um pouco. Em Santa Catarina também, algumas empresas que tinham aberto para colocar bastante fêmeas no mercado, deram uma segurada”.

Jacir comenta que “então, o mercado, hoje na questão de ampliação, ele está caminhando mais devagar, estão ampliando alguma coisa, mas bem menos do que a gente tinha pensado no início do ano que ia ser uma loucura de ampliação que íamos ter durante este ano. Então, com certeza, essa pandemia deu uma segurada, vai reduzir ou vai manter a oferta de animais pro abate que é interessante e que de repente recupere o preço que nós estamos vivendo, aqui na região Sul, principalmente o preço não está conseguindo acompanhar São Paulo, Minas, com R$ 2,30, 2,40 (no Paraná), e 5,30 a 5,40 em São Paulo 4,60 a 4,70 (em Minas Gerais). E aqui é uma briga pra trabalhar em quatro reais, nosso produtor está perdendo muito dinheiro com isso”.

Quarta-feira, 10, a cotação do suíno (quilo vivo) estava na faixa de R$ 4,20 em nível estadual. No Sudoeste, no entanto, o valor estava bem abaixo, entre R$ 2,75 a R$ 3,30.

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