
A extensão real dos prejuízos provocados pela geada nos parreirais de uva em Mariópolis ainda estão sendo apurados, mas as perspectivas não são boas. O técnico Jocemar Simioni, do Departamento Municipal de Agricultura acredita que a safra de Mariópolis possa ter sido comprometida em 60%. Uma das comunidades mais tradicionais na vinicultura do município, a São Pedro, teve os maiores prejuízos, com alguns produtores perdendo 100% da safra.
Foi o caso do produtor José Simioni, que em 15 anos de vinicultura já perdeu cinco safras completas. “Minha propriedade está no corredor do gelo aqui em Mariópolis, por estar num vale, onde o relevo cria as condições ideais para a ocorrência de geada e provocar estragos”. José Simioni e sua família deixarão de faturar R$ 200 mil em janeiro, quando a colheita iria ocorrer, com uma produção estimada em 90 toneladas de uva.
Na propriedade de Adelar Rissardi, também na comunidade de São Pedro, o prejuízo foi total, os parreirais foram torrados pela geada. Adelar afirma que o prejuízo foi de 100%, e deixará de colher 50 toneladas de uva. “As minhas videiras estava se recuperando este ano da última geada em 2013, quando perdemos tudo, e agora novamente perda total”.
Ainda não é possível afirmar se a tradicional festa da uva do município foi comprometida com a geada. A comissão organizadora deverá se reunir nos próximos dias para avaliar o quadro e tomar as providências necessárias. A princípio, de uma produção estimada em 1.300 toneladas de uva, com a quebra, se confirmada em 60% deverá cair para 600 toneladas.
Parreirais da região sofrem poucos prejuízos
Assim como Mariópolis, Salgado Filho também é conhecido por uma grande festa que envolve uvas: A Festa do Vinho e do Queijo. Com isso, o medo da geada nos parreirais também foi grande. Mas lá ele não se confirmou.
De acordo com o técnico da Secretaria Municipal de Agricultura, Deoclecio Maraschin, o frio até “deu um aperto nas uvas e fez parar o processo vegetativo”. Mas ele garante que isso não deve ser problema: “Quando esquentar, o crescimento volta”.
Em Salgado Filho, o que gerou prejuízo foi o granizo do começo do mês. Segundo Deoclécio, o mau tempo chegou a afetar 5% das parreiras, o que não chega a ser preocupante para a safra do município.
O mau tempo também afetou parreirais em Ampere. Rudinei Battisti, técnico da Emater, conta que “onde o granizo pegou, comprometeu até 80%”. No entanto, essa situação foi bem localizada em uma área de cerca de 7 hectares, que não deve comprometer a safra do município. Além disso, Rudinei conta que os agricultores que foram afetados tinham seguro dos parreirais e que a geada mesmo não chegou a causar estragos.
Salto do Lontra tem a mesma situação. José Alberto Mulinari, da Emater, relata que a geada atingiu um pouco os parreirais nas áreas mais baixadas do município, “mas é pouca coisa e a previsão da safra ainda está bem boa”.
